Sophie Germain
Marie Sophie Germain foi uma matemática brilhante, pesquisadora da área das ciências exatas e uma das mulheres mais interessantes de seu tempo, e que é lembrada até hoje por sua trajetória.
Sophie Germain nasceu em Paris, no dia 1 de abril de 1776. Seus pais eram um comerciante de seda que tinha bons rendimentos, chamado Ambroise François, e Marie Madelaine Gruguelin.
Desde pequena, Sophie Germain já mostrava interesse por números, cálculos e exatas. Seu pai, um homem culto, tinha uma biblioteca em casa onde figuravam peças e estudos de Newton, Euler e Arquimedes.
Ainda criança, Sophie Germain teve seu contato com estes e outros grandes nomes da matemática, frequentando a biblioteca de seu pai por conta própria por muito tempo.
Por causa de seu conhecimento específico, foi aceita na Ecole Polytechnique de Paris após conseguir as notas necessárias para fazer o ingresso em uma das instituições mais disputadas e renomadas da época. Porém, a escola não aceitava mulheres entre seus alunos, o que demonstra o grande preconceito que dominava a época e também deixa evidente a coragem que Sophie Germain teve para enfrentar uma sociedade opressora contra as mulheres.
Sophie Germain era autodidata, aprendia por conta própria, tinha familiaridade e talento com os números e as teorias matemáticas. Porém, como não teve suporte de professores especialistas para aprimorar seus estudos, várias lacunas preencheram seus trabalhos, gerando alguns problemas.
Como era comum com mulheres que enfrentavam o status quo, optou por não casar e não ter filhos. A herança deixada por sua família bastou para ter uma vida confortável até o fim de seus dias.
A cientista e matemática Sophie Germain fez contato com mestres importantes de seu tempo, entre eles Carl Friedrich Gauss, Joseph Louis Lagrange e Adrien Marie Legendre.
Para disfarçar sua identidade feminina, adotou o pseudônimo M. Leblanc em certas situações, para que o preconceito não impedisse a publicação e o compartilhamento de seus trabalhos com pessoas importantes e influentes na época. Assim, seus estudos receberam certa atenção, principalmente de dom Lagrange, que respeitava muito Sophie Germain e que, além de incentivar seus estudos, atuou como seu conselheiro.
Sophie Germain entregou para Adrien Marie Legendre diversos problemas contidos nos estudos chamados de Essai sur le Théorie des Nombres de 1798. Na segunda edição da obra, as teorias desenvolvidas por ela foram incluídas para que o público tivesse acesso às suas descobertas.
As correspondências de Sophie Germain com Gauss foram trocadas, especialmente, de 1804 a 1809. Estes problemas e descobertas foram incluídos na publicação “Disquisitiones Arithmeticae”.
Sophie Germain também desenvolveu estudos muito interessantes e obteve resultados extremamente válidos vinculados ao “Último Teorema de Fermat”.
Quando estudou o trabalho do físico alemão Ernst F.F. Chladni sobre placas vibrantes, desenvolveu três teorias, entre 1811 e 1816, chegando a ser premiada pelo Institut de France.
Sophie Germain não teve tempo de obter o grau de doutor honorário da Universidade de Göttingen, um título que já estava autorizado e que fora obtido por intermédio de Gauss.
A matemática Sophie Germain acabou falecendo antes dessa honra, em 27 de Junho de 1831. É interessante destacar que, nos documentos que atestam seu óbito, em sua profissão aparece “rendatária” ao invés de matemática ou cientista. O preconceito conviveu com essa heroína além do final de sua vida!