Jocelyn Bell Burnell
Susan Jocelyn Bell Burnell é uma astrofísica, mais conhecida por sua descoberta de pulsares, estrelas de nêutrons rotativas que parecem “pulsar”, já que o feixe de luz que emitem só pode ser visto quando está voltado para a Terra.
Sua observação, feita em conjunto com seu supervisor, Antony Hewish, é considerada uma das maiores descobertas da astronomia no século XX.
Primeiros anos de vida e educação
Jocelyn Bell Burnell nasceu na cidade de Belfast, na Irlanda do Norte, em 15 de julho de 1943. Ela cresceu na cidade vizinha de Lurgan, que ficava no condado de Armagh. Seu pai, Philip Bell, foi um arquiteto que ajudou a projetar o Planetário Armagh, na Irlanda.
Quando criança, adorava ler os livros de astronomia do pai, e seus pais muitas vezes a levavam para o planetário. Eles acreditavam fortemente na educação de crianças e incentivaram a filha a buscar seu interesse pela ciência, apoiando e ajudando ela a alcançar seus objetivos de vida.
Quando adolescente, Burnell frequentou o Lurgan College, mas a escola não permitia que as meninas estudassem ciências naquela época. Seus pais, juntamente com alguns pais de outras meninas, protestaram contra a política sexista, e ela foi autorizada a começar a fazer algumas aulas de ciências.
No entanto, parcialmente por causa de seu início tardio nos estudos de ciência, ela falhou nos exames de admissão da universidade. Ela poderia ter desistido de seus sonhos de trabalhar na ciência, mas não isso não ocorreu!
Em vez disso, matriculou-se em um colégio interno Quaker na Inglaterra que tinha uma reputação de alto padrão acadêmico. Lá, ela se destacou em ciências antes de iniciar as aulas na Universidade de Glasgow.
Ela se formou em física pela universidade em 1965. Enquanto esteve lá, Jocelyn se distinguiu o suficiente para ser aceita na pós-graduação da Universidade de Cambridge.
Ela se mudou para Cambridge e começou a estudar radioastronomia, trabalhando com os astrônomos Anthony Hewish e Martin Ryle.
Descoberta de Pulsares
Nos dois primeiros anos em Cambridge, Burnell passou a maior parte do tempo ajudando a construir um novo radiotelescópio. Em 1967, não demorou muito para que ela fizesse sua grande descoberta! Burnell, Hewish e Ryle publicaram suas descobertas na prestigiada revista Nature em 1968 e o artigo imediatamente fez um grande impacto no mundo da astronomia.
A maior descoberta de Jocelyn Bell Burnell ocorreu quando ela estava pesquisando em radioastronomia. Ela começou a examinar alguns sinais estranhos nos dados do radiotelescópio que ela e seus parceiros construíram.
O gravador do telescópio produzia centenas de metros de impressões por semana e cada centímetro tinha que ser examinado para detectar quaisquer sinais que parecessem fora do comum. No final da examinação, ela começou a notar um sinal estranho que parecia emanar de apenas uma parte do céu.
Parecia variável, e depois de algumas análises, ela percebeu que tinha um período de 1,34 segundos. Este “scruff”, como ela chamou, destacou-se contra o ruído de fundo que vem de todas as direções do universo. A mídia chamou isso de pulsares de estrelas colapsadas e publicou a história.
Os pulsares são corpos tão densos que envolvem uma massa equivalente a 2-3 vezes a do Sol em uma esfera de 20 a 30 quilômetros de raio. Sua atração gravitacional é tão forte que uma moeda a um metro de altura de sua superfície alcançaria a uma velocidade próxima da luz.
Em 1968, logo após sua descoberta, Jocelyn se casou com o funcionário do governo, Martin Burnell, no qual se divorciou em 1993. Os dois têm um filho, Gavin, que também se tornou físico.
Premiações e atual ocupação
Jocelyn Bell Burnell não dividiu o Prêmio Nobel concedido a Hewish pela descoberta dos pulsares em 1974, mas recebeu inúmeros prêmios por suas contribuições profissionais.
Ao longo de sua carreira notável em astrofísica, ela recebeu um grande número de graduações honoríficas por seu trabalho científico significativo, incluindo Doutorado na Universidade: Universidade de York em 1994, Doutora em Ciências: Universidade de Glasgow (1997) e Universidade de Harvard (2007).
Em 1999, tornou-se Comandante da Ordem do Império Britânico (CBE) por sua contribuição ao desenvolvimento da astronomia e em 2007 foi nomeada Comandante da Ordem do Império Britânico (DME).
Jocelyn Bell Burnell atua atualmente como professora visitante de astrofísica em Oxford, além de ser membro do Mansfield College. A britânica continua a apoiar a presença de mulheres em cargos acadêmicos nas áreas de astronomia e física.