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Resumo do Livro: O Coruja – Aluísio Azevedo

No ano de 1885, no rodapé de um jornal chamado O Paiz, o livro O Coruja começou a ser divulgado, ganhando a versão em livro somente em 1890, cinco anos depois. O livro, com grande pendor alegórico, conta uma história que começa no interior de Minas, quando André, o Coruja, é acolhido pela família de Teobaldo nas férias em uma fazenda, já que aquele havia protegido Teobaldo no internato. Os dois se encontram ainda na infância neste internato, e passam a ter suas histórias sempre influenciadas pela decisão do outro. Ambos carregavam em seu interior personalidades completamente opostas, assim como suas opiniões, mas isso nunca os impediu de se completarem com uma amizade bastante forte.

O coruja, órfão, é um personagem considerado feio, esquisito, antipático que, apesar de não ter nenhum atrativo físico, carregava um caráter forte e impressionante. Desde criança ganhou a título de coruja por ser antissocial e esquisito. O tempo todo, o personagem está disposto a se sacrificar pelos outros e os considerava sempre superiores a si. Com isso, acaba por renunciar suas vontades, sonhos, necessidades e projetos para poder ajudar àqueles que precisavam, independentemente de como seria tratado por eles, ou do que receberia em troca, já que não esperava nada.

Teobaldo, em contrapartida, era bastante egoísta, sempre se colocando acima de todos. Filho de um barão, era mimado, voluntarioso e cheio de impulsos românticos, sendo atraente fisicamente, tendo as mulheres aos seus pés.

Capa do livro O Coruja

Ambos vão ao Rio para continuar seus estudos, e Teobaldo envolve-se emocionalmente com a proprietária do quarto que aluga, mas também com uma prostituta de alto nível. O Coruja, enquanto isso, fracassa nos exames preparatórios, vindo a tornar-se professor particular. Os pais de Teobaldo falecem, e as dificuldades começam a aparecer para ele. A certa altura, entretanto, Teobaldo casa-se com Branca, uma moça rica herdeira, filha única do comendador Rodrigues, e entra para a política, separando um pouco a vida dos dois e livrando. Nesse contexto, fica bastante clara a intenção do autor representando o belo como a máscara superficial, e o feio como o povo brasileiro e sua verdadeira face, a sua luta pela sobrevivência.

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Enquanto Teobaldo vive um casamento de aparências, André junta, durante anos, dinheiro para abrir uma escola, mantendo uma noiva desagradável. Seus planos, entretanto, sempre acabam indo por água abaixo em decorrência das necessidades de Teobaldo, e suas emergências. Teobaldo chega a ser Ministro do Governo, mas sente-se desiludido consigo mesmo, e fracassado em seu casamento, passando, após sua morte, a ter uma imagem pública de sucesso pessoal e profissional, enquanto o Coruja, seu grande amigo, continua sempre solitário, como era quando criança.