Biografias

Carlos Marighella

Uma das figuras políticas mais emblemáticas da história do Brasil é Carlos Marighella, considerado um guerrilheiro e político, que atuou com a resistência armada contra a Ditadura Militar.

Em 1911, em Salvador, na Bahia, exatamente no dia 5 de dezembro, nasceu Carlos Marighella. O menino foi criado na Baixa do Sapateiro, em uma família de baixa renda, conduzida pelos seus pais, Maria Rita do Nascimento, baiana e descendente de escravos sudaneses, e Augusto Marighella, imigrante italiano.

A primeira prisão de Carlos Marighella aconteceu em 1932, quando ele publicou um poema para criticar Juracy Magalhães, interventor da Bahia na época. Estudioso, iniciou o curso de Engenharia Civil na Escola Politécnica da Bahia, em 1934. Lá, começou a atuar em atividades do PCB – Partido Comunista Brasileiro. Logo, decidiu se mudar para o Rio de Janeiro.

Carlos Marighella sofreu represálias sobre suas ações subversivas já na Era Vargas, quando foi detido e torturado em 1936. Depois de solto, teve que se manter clandestino, principalmente até 1937, a fase mais truculenta do período Vargas, com muitas batalhas registradas entre os integralistas e os comunistas.

Carlos Marighella foi detido e levado para a cadeia novamente, em 1939, ficando no cárcere até 1945. Quando o Brasil foi redemocratizado, ele foi solto para, em 1946, assumir pelo PCB da Bahia como Deputado Federal Constituinte.

O presidente da época, Eurico Gaspar Dutra, cassou o mandato de Carlos Marighella, que teve que retornar à clandestinidade, onde mantinha suas atividades políticas. Foi à China em 1953, a convite do Comitê Central do PCB.

O presidente João Goulart passou a ser chamado de comunista e muitos começaram a dizer e acreditar que o Brasil sofria a ameaça de se transformar em uma “nova Cuba”. Em 1964, veio o golpe militar e o autoritarismo retornou ao Brasil.

A primeira medida dos militares foi fazer uma limpeza dos inimigos, tais como professores, estudantes, religiosos e sindicalistas que eram chamados de subversivos. Entre eles estava Carlos Marighella, que foi atingido por um tiro em 1964 e levado pelo DOPS – Departamento de Ordem Política e Social.

Em 1965, já recuperado do tiro e livre após uma decisão da Justiça, seguiu com suas ações políticas até sua expulsão do PCB em 1967 para, em 1968, decidir avançar para a luta armada contra a ditadura militar, fundando a ALN – Ação Libertadora Nacional.

A ação mais famosa da ALN foi o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, que pode ser visto em detalhes no filme “O que é isso, companheiro?” e “Hércules 56”. O grupo conseguiu a libertação de 15 presos políticos em troca do embaixador.

Na Alameda Casa Branca, em 4 novembro de 1969, Carlos Marighella foi vítima de uma emboscada da polícia e acabou morto a tiros na cidade de São Paulo.