História

Criação do Banco Mundial

É uma instituição de desenvolvimento.

Nas próximas décadas o Banco Mundial é dividido em quatro organizações para atuação de acordo com objetivos específicos, mas que no fundo se complementam.

1) O CFI – Corporação Financeira Internacional, entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particulares e as empresas privadas que investem no Terceiro Mundo.

2) A ADI – criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do orçamento dos países-membros para financiar a juros muito baixos e a longo prazo os países mais periféricos ou até os países que, mesmo não sendo da extrema periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991.

A última reunião do G-8 – Grupo dos sete países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na cidade de Gênova, na Itália, acabou resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo, grande parte desta dívida é proveniente dos empréstimos feitos pela ADI. Um bom exemplo desta situação é o projeto IDH 14, desenvolvido no Brasil, para tentar minimizar a situação de miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país.

Estes recursos correspondem às dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo com a defesa feita pelo Vaticano, entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro. Infelizmente, a realidade mundial, principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, inviabilizou o perdão esperado pelas sociedades mais pobres do mundo.

3) A AGIM – Agência de Garantia de Investimentos Multilaterais, Órgão do Banco Mundial que procura dar garantias para as situações não-econômicas enfrentadas pelas empresas que investem nos países do Terceiro Mundo. Se uma multinacional implanta uma filial nutra país pobre, ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a AGIM cobre os prejuízos desta empresa.

4) Criação do BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento.

O BIRD lida diretamente com os governos dos países subdesenvolvidos, facilitando para que adquiram credibilidade no Mercado Internacional e fazendo a intermediação entre o Mercado Financeiro Internacional e as necessidades de recursos destes países. Oferece assessoria técnica e econômica através de suas equipes ou missões, como são chamadas.

Portanto, o BIRD recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de mercado e repassa estes empréstimos a juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o BIRD toma esta atitude, o país favorecido passa a ter maior credibilidade no Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do BIRD, pode recorrer aos bancos e financeiras privadas para conseguir mais dinheiro. Os lucros obtidos por estas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassados para os Estados Unidos, principal mantenedor deste órgão.

O BIRD nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, pois além dos altos recursos em ativo que possui, só o que o Terceiro Mundo lhe deve e lhe paga em serviços e juros da dívida externa por ano é o suficiente para cumprir seus compromissos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrais é tão elevada que sua classificação internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado internacional.

A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial sobre a realidade socioeconômica dos países pobres. O interessante desta pesquisa, é que o BIRD começa a defender a ideia de retrocesso; os países subdesenvolvidos devem voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na forma de commodities e, se possível, desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para este comportamento do BIRD é quanto à capacidade competitiva destes países no comércio mundial.

Conseqüências imediatas

* Plano Marshall para a Europa.

* Plano Colombo para a Ásia.

* Criação do “cordão sanitário” para os novos países, de independência concedida, que surgem no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropical, África e América Latina, ou países que já existiam e que adquirem importância na realidade da Guerra Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil na América do Sul.

* Criação do FMI – Fundo Monetário Internacional. De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e financiar os déficits da balança de pagamento dos países-membros. É uma instituição monetária.

– Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 onça), equivalem a 35 dólares americanos, e é óbvio, o FED – “Federal Reserv Board”, o Banco Central dos EUA – garantiria a paridade. Com isto, temos a dolarização da economia mundial.

Obs.: Ao mesmo tempo que os EUA adotam o câmbio fixo, ele obriga a adoção pelos países, do câmbio fixo flutuante, isto é, todas as moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder mais que 1,25%, ou menos de 1,25% (oscilação de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econômica, pois a Conferência de Bretton Woods, mais especificamente, o FED – Banco Central norte-americano, não levou em consideração as diferenças econômicas dos países no mundo, principalmente as políticas inflacionárias.

O principal papel do FMI era o de socorrer os países-membros, principalmente na manutenção do câmbio e na correção das balanças de pagamentos.

Na década de 70, os EUA abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio flutuante. O motivo mais sério para esta mudança foi a emissão muito elevada de dólares necessários para sustentar a Guerra do Vietnã, o que provocou uma desvalorização muito rápida da moeda no mercado internacional. Inteligentemente os EUA mudam o seu sistema cambial, pois seria um desastre econômico se o FED (Banco Central), continuasse mantendo a paridade – dólares-ouro. É quase certo que boa parte de suas reservas deste metal seria trocada pelo excesso de dólares que existia no mercado externo.

Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no comércio

– 1948 – Avanços na OIT – Organização Internacional do Trabalho.

– 1948 – Criação do GATT – Conferência de Havana.

– Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC – Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 1985).

É importante salientar que a idéia era criar a OIC – Organização Internacional do Comércio, mas como os EUA e a maioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Portanto, este órgão, em seu início, não era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países.

Em 1995, em conseqüência da rodada do Uruguai (1985), o GATT é extinto e substituído pela OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria das nações, mas, até hoje, não foi regulamentado o comércio mundial.

– 1945 – Criação da ONU – Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco.

* Precedida pela Conferência de Yalta e um pouco antes da Conferência de Potsdan, que vieram a redefinir o papel da Europa na nova realidade mundial.

– 1949 – Criação da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar).

Para atender ao interesse dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob o seu comando vão determinar o comportamento do mundo capitalista no confronto com o Império Soviético e seus países satélites na fase denominada bipolarização ou ordem mundial, com todas as suas características, como: expansão dos monopólios e oligopólios (multinacionais), caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do liberalismo com um fortalecimento do Estado; corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa, até chegarmos a tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênicos e nas questões étnicas sobre os avanços na clonagem.

A década de 80 é considerada a “década perdida”. O esgotamento do sistema implantado após a Segunda Guerra Mundial é bem nítido, pois tanto os EUA como a URSS tinham capacidade de destruir várias vezes seu inimigo, mas sabiam que se alguém tomasse esta atitude estaria destruindo a si próprio. Não existe mais a vantagem militar da primeira iniciativa. É nesta situação que se percebe as intransigências dos EUA quanto a continuar com o Projeto Guerra nas Estrelas e com a não-assinatura do Tratado de Kyoto, mesmo com suas mudanças, na reunião do G-8, em Gênova-2001.

O mundo teria de mudar, pois os países-potências estavam gastando trilhões de dólares/década para sustentar uma situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro grito de alerta é dado pela ONU, onde prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o planeta. Não podendo esquecer que a maioria das tecnologias, que eram desenvolvidas, eram consideradas estratégicas, sendo assim, não eram transferidas para a economia normal, a população não tinha acesso aos novos conhecimentos, nem aos produtos que poderiam ser desenvolvidos deste conhecimento.

Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (glasnost, perestroika) e a exaustão do déficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança comercial. Neste momento, surge um questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de recursos que eram investidos na corrida armamentista, nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas décadas? Será que a economia normal e a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto? Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Segunda Guerra e criar novas relações internacionais, corno o término da bipolarização e o início da globalização acompanhada do capital volátil, da multipolarização, do retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominó ou cascata, dos planos econômicos neoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do xenofobismo e do etnocentrismo ou conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As novas tecnologias geram excedentes de mão-de-obra.

Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanotecnologia reformulam as novas formas de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lugar de instalação das fábricas – os sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração planetária de forma muito rápida. Com a globalização, o poder bélico e geoestratégico caem para o segundo plano. Hoje, país-potência é definido pela capacidade tecnológica, de planejamento, produção, produtividade e competitividade no mercado global. E não basta para o indivíduo a especialização, é necessário que ele seja qualificado, capaz de assimilar novos conhecimentos e técnicas para se manter na área produtiva e manter o seu emprego.

Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Japão em conjunto com o extremo leste forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçando a criação de blocos econômicos, caracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo “jogo de xadrez” nas relações mundiais.