Cientistas encontram indícios de buraco negro no centro da galáxia
Observações foram feitas pelo MIT
Um aumento repentino do brilho em uma novem de gás quente perto do centro da Via Láctea pode confirmar a teoria da existência de um gigantesco buraco negro no núcleo da galáxia.
A maioria dos astrônomos acreditavam na teoria, mas não tinham provas suficientes, apenas cálculos do caminho percorrido por estrelas próximas. Agora, eles detectaram explosões de energia de raio X que brilhavam em intervalos de 10 minutos.
Estes intervalos de 10 minutos permitem que os cientistas calculem o tamanho e a massa do que eles suspeitam ser o buraco negro.
Os astrônomos descobriram que a massa do buraco é dois milhões de vezes a massa do Sol, em uma região de 150 milhões de quilomêtros. Segundo eles, isso só pode ser um buraco negro.
Confirmação
A confirmação da existência do buraco negro vem do que está acontecendo nas bordas do buraco.
Na revista Nature, o cientista Frederick Baganoff, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, relatou observações feitas pelo telescópio de raio X no observatório de Chandra.
Segundo Baganoff e equipe, o telescópio detectou uma explosão de energia de raio X que vinha de onde a fronteira do buraco negro devia estar.
As explosões brilhavam em intervalos de 10 minutos, o tempo que leva para a luz viajar cerca de 150 milhões de quilômetros.
Isto significa que as explosões tiveram origem de um objeto que fica um pouco mais longe que a distância que separa o Sol da Terra.
Centro da galáxia
A partir disto, chega-se à conclusão que a massa do centro de nossa galáxia – cerca de 2,6 milhões de vezes a massa do Sol – está confinada em um espaço muito pequeno. E, de acordo com as leis da física, apenas um buraco negro pode ser tão denso.
Comentando a pesquisa, Fulvio Melia da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, disse que o grupo de Baganoff excluiu todas as outras possiblidades.
Melia disse que o telescópio Chandra pode ter visto apenas um objeto cintilante que está na direção do centro da nossa galáxia.
Ele acrescentou que outros estudos estão sendo feitos, por vários observatórios, para excluir esta possibilidade.
06 de setembro, 2001 – Publicado às 12h41 GMT