Biografias

Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935)

Chiquinha Gonzaga foi maestrina, compositora e pianista, considerada uma das maiores influências da música popular brasileira.

O seu nome verdadeiro é Francisca Edwiges Neves Gonzaga e ela nasceu em 17 de outubro de 1847. Seu pai era o militar José Basileu Neves Gonzaga e a sua mãe era a Rosa Maria Neves Lima, filha de uma escrava.

Chiquinha teve a mesma educação fornecida às crianças burguesas da época e estudou português, cálculo, francês e religião, com o Cônego Trindade, amigo da família.

Desde criança ela mostrou interesse pela música e foi aluna do Maestro Lobo. Com 11 anos estreou como compositora com uma cantiga de Natal, intitulada “Canção dos Pastores”.

Com 16 anos, Chiquinha Gonzaga se casou com o promissor empresário Jacinto Ribeiro do Amaral, escolhido por seu pai. Continuou dedicando atenção ao piano, para desespero do marido, que não gostava de música e encarava o instrumento como seu rival.

Apesar da não aprovação do marido, ela continuou se dedicando ao piano e compondo valsas e polcas.

Em 1964, nasceu seu primeiro filho chamado João Gualberto e em 1865 nasceu sua filha Maria do Patrocínio.

Em 1865, Jacinto torna-se sócio do Barão de Mauá para exploração do navio São Paulo, fretado pelo Governo, para o transporte de escravos, armas e soldados para a Guerra do Paraguai.

Chiquinha foi obrigada a acompanhar o marido em algumas viagens, onde viajava reclusa em seu camarote com o seu filho João, pois as ordens do marido era que ela não se envolvesse com música.

Foi então que Chiquinha resolve voltar com o filho para a casa de seus pais, onde havia ficado sua filha Maria.

Não tendo apoio da família e descobrindo que estava grávida, ela volta a viver com seu marido. Em 1867 nasce seu terceiro filho Hilário.

Com um gênio forte, Chiquinha decidiu abandonar o casamento ao se apaixonar pelo engenheiro João Batista de Carvalho, com quem passou a viver. 

Levando o seu filho João Gualberto para morar com ela, o novo casal vai morar em uma fazenda em Minas Gerais.

Em 24 de agosto de 1876 nasce Alice, filha do casal. Pouco tempo depois, ela descobre a traição do marido e retorna para o Rio de Janeiro, com seu filho João Gualberto, deixando Alice com o pai, que a entregou a sua irmã, Henriqueta.

Em 1877 a música tornou-se sua profissão, e sua primeira composição de sucesso foi “Atraente”, mas não lhe rendeu o sucesso almejado.

A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, Chiquinha resolveu se lançar no teatro de variedades e finalmente inicia sua carreira de maestrina com a revista “A Corte na Roça”, de 1885.

A consagração com a música chega na virada do século, com a marchinha “Ó Abre Alas”. A canção foi repetida na passagem do século XIX para o século XX e é mantida no repertório carnavalesco até os dias atuais.

Ainda nesta mesma época, Chiquinha com 52 anos começou a se relacionar com o músico português, João Batista Fernandes Lages de 16 anos. Tentando desviar do moralismo da época, ela registrou João Batista como seu filho.

Em 1934, aos 87 anos, Chiquinha Gonzaga escreveu seu último trabalho, a partitura da opereta “Maria”. Como maestrina, atuou em 77 peças teatrais, tornando-se responsável por cerca de 2.000 composições. 

Chiquinha Gonzaga morreu no Rio de Janeiro, aos 87 anos, em 28 de fevereiro de 1935. Seu corpo foi sepultado no cemitério do Catumbi.

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