Biologia

Clonagem de Camundongos

A descoberta de que os camundongos clonados desenvolvem obesidade quando atingem a idade adulta levanta dúvidas quanto à segurança de se utilizar animais clonados para transplantes humanos e inclusive quanto à própria clonagem humana. Segundo Randall Sakai da University of Cincinnati, os camundongos clonados parecem normais em todos os aspectos exceto pelo ganho de peso. São animais ativos, alimentados com ração normal, e que não comem em excesso.

Os camundongos clonados não são apenas grandes, eles exibem também diversos sintomas característicos de obesidade, incluindo aumento dos níveis séricos de insulina e leptina. O corpo usa a insulina para processar açúcar e outros carboidratos. Já a leptina acredita-se ser um hormônio supressor de apetite, que em altas quantidades pode indicar uma resistência a este efeito.

Quando os cientistas clonam um animal, eles removem o núcleo do óvulo e o substituem pelo núcleo de uma célula adulta, que contém o DNA do doador. O ovo é posto então a desenvolver até formar o embrião. Mas deste modo os clones não possuem apenas o DNA dos pais genéticos, porque os oocitos contém uma pequena quantidade de DNA, o DNA mitocondrial.

Fatores não genéticos podem também influenciar quais genes serão ativos e como. Por exemplo, o padrão de cores em bovinos clonados varia de acordo com as condições intrauterina. O primeiro gato clonado também apresentou uma pelagem diferente da de sua mãe genética.

No mundo existem centenas de animais clonados, incluindo vacas, porcos, camundongos e cabras, e muitos deles parecem saudáveis. No entanto muitos empreendimentos para clonar animais terminaram em fracasso, com fetos deformados que morrem antes de nascer ou poucos dias depois.

Tantas mortes e desenvolvimento anormal parece indicar que o método corrente de transferência nuclear é ineficiente. Segundo Ian Wilmut, o pesquisador da ovelha Dolly, a clonagens pelos métodos atuais é ainda uma loteria.