Biografias

Maurício de Nassau

Johan Maurits van Nassau-Siegen, ou simplesmente João Maurício de Nassau-Siegen, nasceu em Dillenburg no dia 17 de junho de 1604 foi apelidado de “o Brasileiro”, sendo conde e depois de 1674, príncipe de Nassau-Siegen, que era um Estado do Sacro Império Romano-Germânico, e mais tarde da Confederação Germânica.

Maurício de Nassau, como ficou conhecido, foi governante da Colônia Holandesa no Nordeste Brasileiro, cuja capital era Recife, entre os anos de 1637 e 1644. Ele ficou conhecido pelo seu trabalho e o trabalho de artistas e cientistas que o acompanharam e que, sob seu patrocínio, puderam explorar e pintar a nova terra, além dos habitantes e da beleza natural da região. Os trabalhos, ainda hoje, são apreciados, e o ano de 2004 foi escolhido para ser o Ano de Nassau na Alemanha, no Brasil e na HOlanda, como uma forma de homenagear os 400 anos de seu nascimento.

Vida

Não se sabe muito sobre a infância de Maurício de Nassau, mas sabe-se que passou em grande parte em Siegen. Filho do Conde João VII de Nassau e da princesa Margarida de Holstein, sua educação se deu nas Universidades da Basileia e, em 1616, ele entrou no Collegium Mauritianum que foi criado por seu cunhado, Maurício de Hesse-Kassel, feito para filhos da nobreza protestante.

Por ter formação protestante, laços de parentesco com famílias nobres neerlandesas, no ano de 1621 ingressou na carreira militar, e bastante cedo conseguiu alcançar o posto de alferes de cavalaria.

Foi ainda cavaleiro da Ordem de São João, e é sempre retratado com a cruz de oito pontas ou de São João, que era o símbolo dessa ordem. No ano de 1625, fez a campanha militar de Breda objetivando retomar a cidade dos espanhóis. Um ano mais tarde, a fase de reconquista das praças-fortes estratégicas ao longo dos rios teve início, pois a Espanha havia deslocado tropas para a região. No mesmo ano, foi promovido a capitão, e então, no ano de 1629, foi promovido a coronel. Nesse mesmo ano, os neerlandeses ocuparam ‘s-Hertogenbosch, e no ano de 1632, Nassau se destacou no cerco que culminou com a conquista de Nieuw Schenckenschans, o que acabou confirmando o seu prestígio e experiência no ambiente militar. Seu nome passou a ser respeitado, já que a vitória teve muita repercussão.

Morreu em Clèves, na Alemanha, no dia 20 de dezembro de 1679.

Artes

Já havia algum tempo que a predileção de Nassau pelo convívio com homens de letras e artistas havia se destacado. Era, inclusive, entusiasta da arquitetura, motivo pelo qual começou a construir a Mauritshuis, em Haia, que era um projeto de Jacob van Campen, mas isso fez com que seus recursos fossem comprometidos. Foi por conta das dívidas que aceitou o convite da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais para administrar os domínios que foram conquistados no Nordeste Brasileiro. Prestou juramento, no ano de 1636, de governar por 5 anos a região.

Havia uma promessa de armada e velas, além de homens com armas, mas foram entregues apenas 12 navios e dois mil e setecentos homens. Essa armada chegou ao recife em 1637, e estabeleceu relações amistosas entre latifundiários, comerciantes e neerlandeses, que restauraram ainda os seus engenhos para que fosse retomada a produção de açúcar. Nassau era calvinista e, portanto, permitia a liberdade do culto entre Holandeses, franceses, italianos, belgas, alemães, flamengos e judeus. Queria transformar o recife em uma capital moderna, determinando o projeto da cidade Maurícia, conta com museu natural, observatório astronômico e jardins.

Vida Militar

No ano de 1621 deu início à sua carreira militar nos Países Baixos no decorrer da Guerra dos 30 anos contra a Espanha, e 5 anos depois, foi promovido a capitão. Em seguida, passados 10 anos, foi convidado a governar a “Nova Holanda” em terras brasileiras. No dia 4 de agosto do mesmo ano, é nomeado governador-capitão e almirante-geral das conquistas do Brasil por 5 anos. Desembarca, em 1637, no Porto de Recife.

Expulsou os luso-espano-brasileiros do São Francisco e, na margem do rio, construiu um forte que recebeu o seu nome, além de conquistar planícies inundadas pelo rio, e expandiu o domínio holandês com a ajuda dos índios locais, conquistando o Ceará e o Maranhão. Conquistou ainda o forte da Mina do Golfo de Guiné, a ilha de São Tomé e a cidade de Luanda, na África, de onde trouxe escravos para os canaviais, já que o tráfico era rendoso. Em sua expedição contra a Bahia foi que encontrou sua primeira derrota.

Quando Portugal, no ano de 1640, livre do domínio espanhol, restaurou a dinastia portuguesa e se tornou aliado da Holanda, buscou enfrentar a Espanha. Neste período, dois anos depois, Nassau já obtinha o poder de governar do Maranhão até o Sergipe. No ano de 1644, entretanto, parte do Recife para ir até a Holanda, levando seus objetos e pinturas. Ao chegar na Holanda, manteve sua carreira militar.

Crédito da Foto: Diário de Pernambuco.