Folclore

Cantigas

As cantigas fazem parte do folclore brasileiro e são uma das expressões culturais do Brasil e do mundo. Elas têm características comuns a todas, como as letras de fácil memorização e, geralmente, compostas por rimas. É comum ainda a utilização de rimas e serem associadas à brincadeiras que precisam a atuação das crianças, tornando seu canto um ato de brincar que envolve atuação e contação de histórias.

As cantigas fazem parte da brincadeiras de roda desde os tempos mais remotos.

O que são? Conceito

As cantigas, além de parte integrante do folclore, são um tipo de manifestação cultural essenciais para estimular o aprendizado infantil, por motivos diversos, como a teatralização de uma realidade e a coletividade vivenciada durante a brincadeira.

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As cantigas são geralmente compostas por rimas e coreografias próprias, sendo a roda de crianças sua principal manifestação. Seus temas tratam de amizade, amor e outros temas contados de formas agradáveis para as crianças. Há ainda as que trazem animais em suas letras, como A barata diz que tem ou Peixe vivo.

No Brasil, as cantigas também são chamadas de cancioneiro popular ou cirandas e são usadas em escolas e instituições de ensino infantil nas mais diversas etapas do crescimento.

História

Sua origem é europeia, mas no Brasil, sofreu influência da cultura dos índios e africanos, tanto na temática quanto na musicalização e uma maneira de ensinamento que tem a oralidade como principal instrumento.

Cantigas Historia

Tipos de Cantigas

Além das cantigas de roda, que são as mais populares, as cantigas conhecidas são dividias em líricas e satíricas:

Líricas

São subdivididas em cantigas de amor e cantigas de amigo.

Cantigas de amor: aqui as qualidades da pessoa amada são destacadas e o amante coloca-se numa posição de submissão.

Cantigas de amigo: aqui, a palavra amigo pode significar ou não um namorado e sua principal temática é a saudade da pessoa amada.

Satíricas

São subdivididas cantigas de escárnio e de maldizer.

Cantigas de escárnio: são cantigas sarcásticas e irônicas, onde o nome da pessoa em questão é exposto a todos.

Cantigas de maldizer: músicas onde suas letras destacam sátiras diretas que podem até conter agressões verbais e o nome não é revelado.

Cantigas de roda

As cantigas de roda fazem parte da cultura e diversidade territorial no Brasil e em diversas outras partes do mundo. Suas letras de fácil memorização e aprendizado, fazem parte do imaginário de diferentes gerações e são eternizadas nas famílias e nas escolas.

Cantiga de roda

Veja as cantigas de roda mais populares no Brasil:

Pai Francisco

Pai Francisco entrou na roda
Tocando seu violão!
Da…ra…rão! Dão!
Vem de lá seu delegado
E Pai Francisco foi pra prisão.
Como ele vem
Todo requebrado
Parece um boneco
Desengonçado.

A barata diz que tem

A barata diz que tem sete saias de filó
É mentira da barata, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só
A Barata diz que tem um sapato de veludo
É mentira da barata, o pé dela é peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo!
A Barata diz que tem uma cama de marfim
É mentira da barata, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim.

Fui ao Tororó

Fui no Tororó beber água não achei
Achei linda Morena
Que no Tororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada
Oh! Dona Maria,
Oh! Mariazinha, entra nesta roda
Ou ficarás sozinha!
Marcha soldado
Marcha Soldado
Cabeça de Papel
Se não marchar direito
Vai preso pro quartel
O quartel pegou fogo
A polícia deu sinal
Acorda acorda acorda
A bandeira nacional .

Se esta rua fosse minha

Se esta rua,
Se esta rua fosse minha,
Eu mandava,
Eu mandava ladrilhar,
Com pedrinhas,
Com pedrinhas de diamantes,
Só pra ver, só pra ver
Meu bem passar
Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração,
É porque, é porque te quero bem

Balaio

Eu queria se balaio, balaio eu queria ser
Pra ficar dependurado, na cintura de “ocê”
Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração
Moça que não tem balaio, sinhá
Bota a costura no chão
Eu mandei fazer balaio, pra guardar meu algodão
Balaio saiu pequeno, não quero balaio não
Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração.

Escravos de Jó

Os escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, põe,
Deixa o zabelê ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá
Guerreiros com guerreiros
Fazem ziguezigue zá.

Eu entrei na roda

Ai, eu entrei na roda
Ai, eu não sei como se dança
Ai, eu entrei na “rodadança”
Ai, eu não sei dançar
Sete e sete são quatorze, com mais sete, vinte e um
Tenho sete namorados só posso casar com um
Namorei um garotinho do colégio militar
O diabo do garoto, só queria me beijar
Todo mundo se admira da macaca fazer renda
Eu já vi uma perua ser caixeira de uma venda.

Meu limão, meu limoeiro

Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá,
Uma vez, tindolelê,
Outra vez, tindolalá.

Peixe vivo

Como pode o peixe vivo
Viver fora d’água fria?
Como pode o peixe vivo
Viver fora d’água fria?
Como poderei viver,
Como poderei viver,
Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia?
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Por me ver assim chorando
Sem a tua, sem a tua companhia.

A canoa virou

A canoa virou
Por deixá-la virar,
Foi por causa da Maria
Que não soube remar
Siriri pra cá,
Siriri pra lá,
Maria é velha
E quer casar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar,
Eu tirava a Maria
Lá do fundo do mar.

Alecrim

Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Oi, meu amor,
Quem te disse assim,
Que a flor do campo
É o alecrim?
Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti
Choram os meus olhos
Alecrim do meu coração
Que nasceu no campo
Com esta canção.

Boi da cara preta

Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esta criança que tem medo de careta
Não , não , não
Não pega ele não
Ele é bonitinho, ele chora coitadinho.

Cai cai balão

Cai cai balão, cai cai balão
Na rua do sabão
Não Cai não, não cai não, não cai não
Cai aqui na minha mão!
Cai cai balão, cai cai balão
Aqui na minha mão
Não vou lá, não vou lá, não vou lá
Tenho medo de apanhar!

Capelinha de melão

Capelinha de Melão é de São João
É de Cravo é de Rosa é de Manjericão
São João está dormindo
Não acorda não!
Acordai, acordai, acordai, João!

Ciranda, cirandinha

Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou,
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.

Cantigas de ninar

As cantigas de ninar, seguem as mesmas características das cantigas de roda: letras simples, curtas e de fácil memorização.

Veja as três mais famosas canções de ninar no Brasil:

Nana Nenê

Nana nenê
Que a Cuca vem pegar
Papai foi na roça
Mamãe foi trabalhar

Bicho-Papão

Bicho-papão
Sai de cima do telhado
Deixa esse menino (ou o nome do bebê)
Dormir sossegado (a)

Boi da Cara Preta

Boi, boi, boi,
Boi da cara preta
Pega esse menino (ou o nome da criança)
Que tem medo de careta