Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial ocorreu de 1914 a 1918 e envolveu os países da Tríplice Aliança e da Tríplice Entente. A data oficial de início do conflito mundial foi 28 de junho de 1914, enquanto seu encerramento aconteceu no dia 11 de novembro de 1918, após a rendição dos alemães, com o cessar-fogo da Alemanha.

Entenda tudo sobre a 1ª Guerra Mundial!

Índice:


Resumo da Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito armado que envolveu várias nações da Europa. A guerra aconteceu no início do século XX.

O contexto histórico que marcou o conflito tinha países descontentes com a partilha do território da Ásia e da África, que tinha acontecido no final do século XIX. Alemanha e Itália ficaram fora do processo neocolonial, e França e Inglaterra contavam com novas terras para exploração.

Essa realidade colocava França e Inglaterra em vantagem com relação às riquezas e matérias-primas que vinham de suas colônias. Itália e Alemanha ficaram insatisfeitos e iniciaram os primórdios da Grande Guerra Mundial.

Neste período, as nações da Europa viviam uma corrida armamentista e uma disputa comercial intensa. O início da Primeira Guerra Mundial aconteceu depois do assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro. Ele foi morto durante uma visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). O império austro-húngaro ficou indignado com o crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.

Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares. De um lado havia a Tríplice Aliança formada por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha, e do outro lado estava a Tríplice Entente, com França, Rússia e Reino Unido.

O Brasil também teve participação na Primeira Guerra Mundial. O país apoiou os ingleses e enviou enfermeiros e medicamentos para ajudar a Tríplice Entente nos campos de batalha.

Os conflitos armados da Primeira Guerra Mundial foram intensos e aconteceram em trincheiras. Os combates contaram com novas tecnologias bélicas, como tanques de guerra e aviões.

A guerra só começou a esfriar em 1917, ano em que os Estados Unidos entraram no conflito ao lado de Inglaterra, Rússia e França. Ao perceberem que a Tríplice Entente ficaria muito forte tendo os Estados Unidos como aliados, os países da Aliança assinaram a rendição.

As nações que perderam a guerra tiveram que assinar o Tratado de Versalhes, que contava com restrições e punições aos países. A Alemanha, por exemplo, teve seu exército reduzido e sua indústria bélica controlada.

Os países perdedores também tiveram que abrir mão de territórios. A Primeira Guerra Mundial deixou cerca de 10 milhões de mortos e cerca de 30 milhões de feridos.


Causas da Primeira Guerra Mundial

A guerra teve diferentes motivações. Em primeiro lugar, o momento histórico vivido pela Europa era desafiador. O continente era dividido em blocos no final do século XIX, mas havia um clima de insegurança em relação aos acordos estabelecidos.

Os tratados entre os países tinham como objetivo garantir proteção e suporte militar em caso de guerra. A divisão do continente era a seguinte: Alemanha, Áustria e Itália formavam a Tríplice Aliança; e França, Inglaterra e Rússia formavam a Tríplice Entente.

Após o assassinato do Arquiduque Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, a situação do continente começou a ficar ainda mais tensa. Essa ocorrência foi determinante para o início da Primeira Guerra Mundial, mas não foi a única causa.

Os países europeus apresentavam divergências em aspectos culturais, políticos e econômicos. Neste contexto, os principais motivos para o começo de uma guerra no continente foram os seguintes:

Todos esses fatores fizeram com que os países europeus entrassem em atrito. As nações disputavam terras na África e na Ásia por causa dos preciosos recursos naturais existentes nestes territórios. Alemanha e Itália eram nações que não haviam sido muito beneficiadas nas divisões das terras e se sentiam incomodadas com a situação privilegiada de França e Inglaterra, que detinham muitos territórios estrangeiros.

Esse também foi um motivo importante para o início da Primeira Guerra Mundial. A disputa pelo comércio, por consumidores e por matéria-prima ficou acirrada e os desentendimentos começaram.

Com o sentimento nacionalista à flor da pele, os países europeus iniciaram uma grande rivalidade, principalmente entre Alemanha e Inglaterra. Outros pontos que merecem ser citados são o pan-germanismo e o pan-eslavismo. O primeiro movimento tinha origem alemã e estava pautado no ideal alemão de construir um grande império germânico. Já o segundo tinha como palco a Rússia e outros países de origem eslava, que também almejavam mais poder e soberania no continente.

Com este contexto histórico, a Primeira Guerra Mundial, também chamada de Grande Guerra, começou. Esse foi um conflito global, mas que ocorreu na Europa.

O conflito mundial só acabou em 1918, após o cessar-fogo da Alemanha. A data que marcou o fim dos combates ficou conhecida como o Dia do Armistício.


Brasil na Primeira Guerra Mundial

Saiba como foi a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial!

O conflito, que envolveu diversos países do mundo, teve também a participação do Brasil.

A atuação brasileira na Primeira Guerra foi simbólica e deixou evidente o atraso econômico do Brasil na época. Durante o período da Primeira Guerra, a economia brasileira era totalmente baseada na exportação de café.

No início do conflito, o Brasil manteve uma posição neutra, mas em 1917 o país decidiu se alinhar com os interesses dos Estados Unidos. A justificativa do Brasil para entrar definitivamente no conflito foi que os alemães haviam atacado com submarinos os navios mercantes brasileiros. Na ocasião, três marinheiros do Brasil morreram no afundamento do navio Paraná. Esta situação provocou grande revolta na sociedade brasileira e acelerou a entrada do país na Primeira Guerra, ao lado dos Estados Unidos.

Como o Brasil atuou na Primeira Guerra Mundial?

A ideia do Brasil ao apoiar os Estados Unidos na Primeira Guerra era conquistar destaque internacional. Nosso país foi o único da América do Sul a participar do conflito.

O Brasil declarou guerra à Alemanha no dia 26 de outubro de 1917. O então presidente Venceslau Brás foi o responsável por tal ato. Movido pela necessidade de dar uma resposta aos ataques alemães contra os navios brasileiros, o presidente posicionou o Brasil contra a Tríplice Aliança formada por Alemanha e Império Austro-Húngaro.

Mesmo declarando guerra à Alemanha, o Brasil não enviou soldados para os campos de batalha. Isso significa que nenhum militar brasileiro morreu em conflito.

A participação do Brasil na Primeira Guerra se deu exclusivamente por meio do envio de medicamentos e equipes de assistência médica. Esse suporte foi oferecido à Tríplice Entente, formada por Reino Unido, França, Rússia e Estados Unidos.

Uma segunda forma de participação se deu com a realização de missões de patrulhamento no Oceano Atlântico.

De certa forma, a Primeira Guerra serviu para impulsionar os investimentos na indústria brasileira. O país também aproveitou para lucrar com a exportação de borracha e café.

Na época, o Brasil não possuía tecnologia bélica e tinha uma economia tímida, o que tornou seu papel na Segunda Guerra bastante inexpressivo.

A participação na guerra fez com que o Brasil começasse a investir em sua estrutura militar, com a aquisição dos primeiros carros blindados do país. A economia brasileira foi a mais impactada pelo conflito. Enquanto a Europa passava por um momento de retração econômica, o Brasil iniciava sua trajetória rumo ao desenvolvimento industrial.


Alianças na Primeira Guerra Mundial

Conheça as alianças que foram estabelecidas durante a Primeira Guerra Mundial!

A Primeira Guerra Mundial foi marcada por várias alianças entre os países. As disputas por territórios e soberania levaram a uma acirrada corrida armamentista na Europa.

Os países firmaram alianças estratégicas para que pudessem se defender mutuamente no caso de uma guerra. Para isso, investiu-se muito na tecnologia bélica.

Potências imperialistas, como Inglaterra e França, trabalhavam para expandir ainda mais sua presença e domínio mundial, enquanto Itália e Alemanha possuíam apenas territórios de menor importância e com menos riquezas. Essa diferença no poder exercido pelas nações levou a conflitos de interesses.

Alemanha e Itália queriam encontrar novos domínios e, por isso, entraram na corrida bélica. Ao mesmo tempo, França e Inglaterra investiam em armamentos para uma possível defesa de seus interesses econômicos e colônias. Esse foi o contexto que levou à Primeira Guerra Mundial.

As alianças da Grande Guerra

Antes de 1914, as nações europeias já haviam estabelecido suas alianças. Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro formaram a Tríplice Aliança. Por esse acordo, os países definiram como deveriam se comportar em caso de guerra. A aliança estabelecia que, se a Alemanha fosse vítima de uma invasão inimiga, a Itália deveria apoiá-la militarmente.

Por outro lado, França, Rússia e Inglaterra formaram a Tríplice Entente, com um acordo que equilibrou as disputas territoriais entre os países e estabeleceu uma relação diplomática mais assertiva. O acordo deu origem a um processo de polarização política, militar e econômica que envolvia as principais potências do continente europeu.

Em 1914, um ato terrorista nos bálcãs deu início ao conflito armado. Com isso, os grupos aliados se formaram com mais força. Foram estabelecidos dois grupos distintos: os Aliados e as Potências Centrais. O grupo dos aliados era encabeçado por França, Rússia e Inglaterra, enquanto as Potências Centrais contavam com Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Bulgária. Os demais países envolvidos se juntaram à guerra durante o conflito.

Os Estados Unidos, por exemplo, apoiaram os Aliados por conta de interesses comerciais e econômicos. Portugal também entrou na coalizão contra a Alemanha. Além disso, o Brasil passou a apoiar os Aliados no ano de 1917.

Com o apoio dos Estados Unidos no conflito armado, a Tríplice Entente venceu a Primeira Guerra Mundial. De uma forma geral, essa guerra aconteceu para que cada país dos grupos aliados pudesse defender seus próprios interesses. Além disso, muitas nações nutriam um forte sentimento antialemão.

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A guerra só terminou porque a Alemanha não tinha mais condições de lutar contra os aliados. Isso fez com que os germânicos solicitassem o armistício.

Após a guerra, ocorreu a Conferência de Versalhes, que resultou nos termos impostos à Alemanha pelo Tratado de Versalhes, pelos quais o país perdia territórios e sofria sanções. Os alemães nunca se conformaram com a derrota na Primeira Guerra Mundial, e esse foi um dos motivos que levaram, mais tarde, à ocorrência da Segunda Guerra.


Os Tratados de Paz da Primeira Guerra Mundial

Conheça os principais tratados de paz da Primeira Guerra Mundial!

O fim da Primeira Guerra Mundial foi marcado por alguns tratados de paz. O primeiro deles foi o tratado de Brest-Litovsk, assinado pelos bolcheviques e os impérios centrais antes mesmo de a guerra terminar. Em seguida, vieram os tratados de Lausanne, assinado em julho de 1923 com a Turquia; e de Versalhes, considerado o mais importante, pois apontou a Alemanha como culpada pelo início da guerra.

Ao todo, as potências envolvidas na Primeira Guerra Mundial assinaram cerca de 16 tratados de paz. Muitos desses tratados foram assinados a fim de permitir que as nações abandonassem o conflito.

Conheça detalhes sobre cada Tratado de Paz da Primeira Guerra Mundial

Tratado de Brest-Litovsk – Foi assinado em 3 de março de 1918. Por meio deste tratado, o governo bolchevique, que havia recém-fundado a República Soviética Russa, determinou a paz com a Alemanha e encerrou o conflito entre os dois países. Este tratado fez com que a Rússia perdesse algumas terras com importantes reservas de carvão e petróleo, além de territórios como a Ucrânia e a Finlândia.

Tratado de Versalhes – Este foi, sem dúvida, o tratado de paz mais importante do período da Primeira Guerra Mundial. Antes de ele ser assinado, haviam ocorrido algumas tentativas de acordos entre Alemanha e Estados Unidos. Em uma dessas tentativas, a Alemanha tinha concordado em encerrar a guerra, estabelecendo uma “paz sem vencedores”, mas Inglaterra e França não aceitaram a negociação.

Mais tarde, já reunidos em Versalhes, perto de Paris, foi estabelecido o acordo que encerrou definitivamente os conflitos e puniu a Alemanha. Esse tratado foi discutido entre janeiro e junho de 1919. Inglaterra e França, que haviam vencido a guerra, consideraram a Alemanha culpada pelo conflito e determinaram as condições para a manutenção da paz.

Entre essas condições, os alemães tiveram que pagar uma indenização de 30 bilhões de dólares, renunciar às suas colônias marítimas, ceder territórios à França e reconhecer a independência da Polônia. Além disso, o país deveria se comprometer a não reestruturar suas Forças Armadas e a manter um exército de apenas 100 mil homens, sem artilharia, aviação ou navios de guerra.

Tratado de Saint-Germain – O tratado foi assinado em setembro de 1917, com a Áustria. A determinação deste acordo era o desmembramento do Império Austro-Húngaro. Dessa forma, novos países surgiram, como Áustria, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia.

Tratado de Sèvres – Este acordo foi assinado com a Turquia, a fim de acabar com o Império Turco-Otomano.

Tratado de Neuilly – O tratado foi assinado em 27 de novembro de 1919, entre os Aliados e a Bulgária. O objetivo era alterar as fronteiras da Bulgária.

Tratado de Lausanne – Foi assinado em 24 de julho de 1923, e estabeleceu que a Turquia ficaria com a região de Anatólia, mas perderia seus territórios árabes. Palestina e Mesopotâmia ficaram com a Inglaterra, e Síria e Líbano ficaram com a França.

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