História

A Década de 80

1980
O Mundo – Os principais acontecimentos político-econômicos no mundo na década de 80
1982 – Guerra das Malvinas: Argentina x Grã-Bretanha na disputa pelas ilhas Falkland (Malvinas) Derrota argentina desestabiliza Governo Militar Argentino.

1983 – Reagan propõe criação de escudo espacial anti-mísseis. O tal escudo usaria raios laser e microondas para interceptar mísseis soviéticos lançados contra território americano. Para Reagan o projeto é apenas “defensivo”

1985 – Nasce Carlos e todos os Incrédulos

1985 – Gorbatchov assume URSS. Para controlar esta crise, ele cria uma reestruturação econômica (perestroika) e política (glasnost). Com estas reformas, Gorbatchev tinha o objetivo de modernizar o Estado soviético, diminuindo a burocracia e dinamizando a produção industrial, e até mesmo estimular a entrada de investimentos capitalistas.

O que aconteceu porém foi que estas mudanças acabaram por enfraquecer o regime comunista, e foram o estopim para a desintegração da URSS, a queda do muro de Berlim e o fim da Guerra Fria.

1986 – Vazamento nuclear em Chernobil. Protagonista do pior acidente já ocorrido no setor, quando, um dos reatores explodiu e pegou fogo. Antes que a situação pudesse ser controlada, 31 pessoas morreram e aproximadamente 25% do conteúdo radioativo do reator vazou.

1988 – Gorbattchov inicia oficialmente a perestróika.

1989 – Tropas chinesas matam centenas de estudantes na Praça da Paz Celestial.

1989 – Queda do Muro de Berlim e do símbolo da opressão na Alemanha Oriental. Caminho para a reunificação.

1990 – Kuwait: invasão pelo Iraque na guerra do golfo Pérsico, forças aliadas das Nações Unidas dão fim à ocupação iraquiana do país (1991).

O mundo dos anos 80
“Novembro de 1989: cai o muro de Berlim. A crise do petróleo de 1973 a 1980 marcam o fim de 30 anos de prosperidade e levaram a sociedade industrial a repensar seus objetivos. Anunciaram também um período de profundas transformações sociais. A desintegração dos regimes comunistas do Leste Europeu, simbolizada pela queda do Muro de Berlim, foi a mais inesperada destas mudanças. O ano de 1989 também presenciou a retirada do exército soviético no Afeganistão e a implacável repressão do movimento pró democracia na China. Começa a consolidar-se a idéia de uma nova era, a globalização.”

O Brasil – Como andaram a política e a economia nos anos 80
(1979-1983) – O final do Governo Figueiredo. Último dos presidentes militares e derrocada do regime.

1983 – Campanhas pelas diretas já. O povo sai às ruas clamando por democracia. A campanha é das diretas, mas a eleição seguinte se transforma em indireta.

1985 – Morte de Tancredo, poucas horas antes da posse. Mesmo sendo eleito indiretamente, caiu no gosto do povo, pois era civil.

1985 – Nasce Carlos e todos os Incrédulos.

(1986 – 1990) Inflação, recessão e planos e mais planos econômicos .

1987 – Brasil declara moratória da dívida externa, que gira em torno de US$ 107 bi. Segundo o Presidente, José Sarney, o país não tinha como saldar a parcela de US$ 8 bi de amortização em 1987.

1988 – Brasil renegocia a dívida, com empréstimo de US$ 5 bi e escalonamento da dívida por 20 anos junto ao FMI.

Constituição de 1988 – Figura de Ulysses Guimarães, presidente da Assembléia Constituinte. Com a nova constituição ocorre a reafirmação dos direitos trabalhistas – criação do ministério público.

1989 – Collor é eleito presidente através de eleições diretas, após 29 anos. 82 milhões de brasileiros foram às urnas.

1989 – Impopularidade do congelamento das contas no governo Collor.

Os Planos da Economia Brasileira
“De 1986 a 1990 foram cinco propostas para domar a inflação. Enquanto isso, o povo brasileiro morre a mingua, com o salário cada dia menor e os preços maiores.”

“Durante a década de 80, após as reformas políticas eram necessárias as reformas econômicas e o nome de um dos maiore vilões: inflação Quanto mais se tentava agarrá-la, para mais longe fugia”

Para termos uma idéia da escalada da inflação na década de 80:
1980 – 110,24% – Figueiredo
1985 – 237,72% – Sarney
1990 – 1.198,54% – Collor

Plano
CRUZADO 1 – Fevereiro de 1986;

Principais Pontos
O cruzeiro perde três zeros e passa a se chamar cruzado;
Os salários são congelados pela média dos seis meses anteriores;
Congelamento de preços, tarifas e serviços;
A correção cambial é congelada;

Principais Efeitos
Queda momentânea da inflação;
Consumo excessivo;
Ágio nos preços – desabastecimento do mercado;
Disparado do dólar e aumento das dívidas interna e externa;

Plano
CRUZADO 2 – Novembro de 1986;

Principais Pontos
Aumento da poupança, com estímulos fiscais;
Aumento de impostos indiretos;
Aumento das tarifas públicas;
Estímulo às exportações;

Principais Efeitos
Queda da inflação em princípio;
Prejuízo do salário real;
Aumento dos déficits interno e externo do setor público;
Descrédito popular;

Plano
BRESSER – Junho de 1987;

Principais Pontos
Congelamento dos preços e salários por 90 dias;
Reajuste dos salários sempre que a inflação aumentar em 20%;
Criação da Unidade de Referência de Preços (URP);
O cruzado é desvalorizado em 10,56%;

Principais Efeitos
Contenção de gastos públicos;
Arrocho salarial;
Alta inflacionária;
Descrédito popular;

Plano
VERÃO – Janeiro de 1989

Principais Pontos
O cruzado perde três zeros – cruzado novo;
Congelamento dos salários, preços e tarifas;
Desvalorização dos cruzado em 17%;
Reforma administrativa – extinção de 5 ministérios;

Principais Efeitos
Controle da inflação só no começo;
Alta da dívida externa;
Disparado do dólar;
Achatamento salarial;

Plano
COLLOR 1 – Março de 1990

Principais Pontos
Volta o cruzeiro, valendo como o cruzado novo;
Aumento das tarifas públicas;
Congelamento parcial dos preços;
Abolida maior parte das restrições às importações;

Principais Efeitos
Inflação cai no início, mas logo volta aos 20%;
Superávit no PIB após anos no vermelho;
Uma das maiores recessões da história do Brasil;

Esporte
O Brasil nas Olimpíadas

As olimpíadas da década de 80 foram bastante conturbadas. Na década em que o princípio do espírito olimpíco foi sobreposto pela política, o Brasil conquistou importantes resultados.

Olimpíadas de Moscou – 1980
Os menores jogos olímpicos desde 1956, Moscou foi marcada pelo boicote: EUA, Alemanha Ocidental e Japão lideraram um bloco de boicote, segundo um protesto contra a intervenção da URSS no Afeganistão.

O Brasil conquistou quatro medalhas:
– duas medalhas de ouro, ambas no iatismo. Na classe tornado, com Alex Welter e Lars Bjorkstrom e na classe 470, com Marcos Soares e Eduardo Penido
– Duas medalhas de bronze: no revezamento 4 x 200, com Djan Madruga, Marcus Mattioli, Ciro Delgado e Jorge Fernandes e no salto triplo, com João do Pulo

Olimpíadas de Los Angeles – 1984
Como era de se esperar, os jogos forma marcados pelo boicote do bloco soviético: URSS e mais 13 países comunistas.

O Brasil conquistou oito medalhas:
– Uma de ouro: com Joaquim Cruz, nos 800 metros
– Cinco de prata: natação, judô, iatismo, futebol e vôlei masculino
– Duas de bronze: ambas no judô

Olimpíadas de Seul – 1988
Sem boicote e para evitar-se problemas do outro lado do mundo, Seul fez uma bela Olimpíada.

O Brasil conquistou seis medalhas:
– Uma de ouro, com Aurélio Miguel, no judô
– Duas de prata, com os 800 metros e futebol
– Três de bronze, com 200m e duas no iatismo

O Brasil nas Copas
Copa do Mundo de 1982
Cede: Espanha
Campeã: Itália
Brasil termina em 5º
“Depois de um início ruim, a Squadra Azzurra bate Argentina, Brasil e Alemanha e leva seu terceiro título mundial”

Copa do Mundo de 1986
Cede: México
Campeã: Argentina
O Brasil termina em 5°
“Maradona em estado de graça leva a Argentina à conquista de seu segundo título mundial”
“A mão de Deus” – gol de Maradona com a mão, nas semi-finais

Copa do Mundo de 1990
Cede: Itália
Campeã: Alemanha
O Brasil termina em 9°
“Dirigida por Franz Beckenbauer, a Alemanha mostra sua força e conquista pela terceira vez uma Copa”

Senna: a escalada de um herói

Senna começa sua Saga como maior ídolo do automobilismo brasileiro nos anos 80. Pilotando sua Mclaren conquista o título mundial de 1988, vencendo o Grande Prêmio de Susuka, no Japão.

Depois de conquistar a pole position, Senna foi ultrapassado por 15 carros, mas na terceira volta já retomava a quarta colocação

Até que na 28º volta ultrapassou seu companheiro de equipe de forma ESPETACULAR para garantir a vitória

Dois anos depois, Senna repete a façanha no circuito japonês. O grande campeão prima pelo estilo arrojado de pilotar e pelas incríveis marcas nos testes. Desta maneira ficou a maioria absoluta das poles positions neste campeonato.

A defesa do meio ambiente: um homem chamado Chico Mendes

Francisco Mendes Alves Filho – o Chico Mendes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, no Acre foi um dos principais responsáveis pela organização da resistência pacífica contra os desmatamentos da Amazônia.

Propôs a criação de reservas extrativas, que permitiriam a exploração econômica da floresta sem destruí-la.

Chico Mendes, ícone da preservação da Amazônia, tornou-se o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio global 500, da ONU e o Prêmio da Solidariedade por um Mundo Melhor, da Grã Bretanha, em reconhecimento à sua luta pela defesa da Amazônia.

Em 1988 foi morto a mando de um fazendeiro ligado a União Democrática Ruralista. Seus esforços estariam contra a elite dominante da região, mas abriram os olhos do Brasil e do mundo pela causa Amazônia.

Serra Pelada: formigueiro humano
A corrida do ouro começa na Amazônia brasileira. Há 25 minutos de avião de Manaus, o veio atraiu a atenção daqueles que queriam enriquecer e trouxe a fortuna a alguns dos mais desventurados brasileiros.

A febre chamou a atenção do governo para Serra Pelada e mais 48 sítios na região. Porém o continuo fluxo semanal de milhares de pessoas fez de Serra Pelada um formigueiro humano.

As pessoas ricas na verdade eram um número muito menor que o de garimpeiros e aqueles que vieram conseguir ouro trabalharam num regime de extrema falta de condições.

E destes trabalhadores, a grande maioria voltou para casa mais pobre do que veio. Fica aqui exaltada a força do brasileiro e sua ânsia por melhores condições de vida.

Carlos Drummond de Andrade
O poeta que sempre se insurgiu contra o fato de ser considerado o maior poeta vivo do Brasil.

“Minha poesia é cheia de imperfeições”, declara. E continua: “Se eu fosse crítico, apontaria muitos defeitos. Não vou apontar. Deixo para os outros. Minha obra é pública”.

Nos anos 80 o Brasil perdeu seu maior poeta do século e um dos maiores nomes da literatura brasileira. Nascido em Itabira (MG), durante sua vida escreveu 44 livros que exerceram grande influência sobre as gerações contemporâneas.

“Sentimento do Mundo. “A Rosa do Povo”, “Claro Enigma”. “Lição de Coisas” e “Corpo” são consideradas obras antológicas da literatura brasileira. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, como o inglês, o francês e o alemão.

Mais do que essas palavras, pode incomodar ainda a descrição de cenas eróticas numa linguagem desnuda. Começarão a vislumbrar atrás do pacato e sóbrio poeta um velho sátiro.

Temos aqui um poema de Drummond sobre o amor
“Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor e estado de graça
e com amor não se paga.”

Temos agora um poema sobre o sofrer
Unidade

As plantas sofrem como nós sofremos.
Por que não sofreriam
se esta é a chave da unidade do mundo?

A flor sofre, tocada
por mão inconsciente.
Há uma queixa abafada
em sua docilidade.

A pedra é sofrimento
paralítico, eterno.

Não temos nós, animais,
sequer o privilégio de sofrer

Àqueles que se habituam a ler suas crônicas ironicamente suaves e a tê-lo como o velho poeta meio tímido e simpático, seus poemas de “O Amor Natural” podem incomodar. “O Amor Natural” trata-se de um livro que perturbará alguns, decepcionará outros e em outros mais reafirmará a admiração por Drummond.

O Amor Natural: Desbunde da Literatura Brasileira
Amor – pois que é palavra essencial

Amor – pois que é palavra essencial

comece esta canção e toda a envolva.

Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,

reúne alma e desejo, membro e vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?

Quem não sente no corpo a alma expandir-se

até desabrochar em puro grito

de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,

fundido, dissolvido, volta à origem

dos seres, que Platão viu completados:

é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?

Onde termina o quarto e chega aos astros?

Que força em nossos flancos nos transporta

a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,

já tudo se transforma, num relâmpago.

Em pequenino ponto desse corpo,

a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuvens

e devassando sóis tão fulgurantes

que nunca a vista humana os suportara,

mas, varado de luz, o coito segue.

E prossegue e se espraia de tal sorte

que, além de nós, além da própria vida,

como ativa abstração que se faz carne,

a idéia de gozar está gozando.

E num sofrer de gozo entre palavras,

menos que isto, sons, arquejos, ais,

um só espasmo em nós atinge o clímax:

é quando o amor morre de amor, divino.

Quantas vezes morremos um no outro,

no úmido subterrâneo da vagina,

nessa morte mais suave do que o sono:

a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,

estendidos na cama, qual estátuas

vestidas de suor, agradecendo

o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

A constituição de 1988
“É a primeira Carta do país a aceitar emendas populares”

“Nos seus 245 artigos permanentes, a Carta restabeleceu o modelo liberal democrático da Constituição de 1946”


Com a redemocratização do país em 1985, após duas décadas de regime militar, era preciso eliminar da legislação o chamado entulho autoritário. Para isso, tornava-se cada dia mais urgente a convocação de uma Assembléia Constituinte. O Congresso eleito em 1986, ganhou poderes de Constituinte.

Em 1º de fevereiro de 1987, sob a presidência do deputado Ulysses Guimarães começou o trabalho. Vinte meses mais tarde, em 5 de outubro de 1988 foi promulgada a sétima constituição do país.

Parágrafo Único : Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleito direta e indiretamente nos termos desta Constituição

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária

II – garantir o desenvolvimento nacional

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais

IV – promover o bem estar de todos, sem preconceitos de raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação

Art. 5º fragmentos
“Todos são iguais perante a lei”

“Homens e Mulheres são iguais nos direitos e obrigações”

“É livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato”

“A prática de racismo constitui crime”

“Esperamos que com esta nova carta possa fazer do Brasil um país melhor”
Dos editores do fanzine

A música, o cinema e as artes
“Pode ser rastreada, desde os primeiros anos da década de 80, a procura de uma linguagem artística que respondesse aos novos desafios que vão se colocando para as sociedades contemporâneas. O horizonte posto em discussão alude a motivações diversas que vão desde uma sensação de esgotamento da experiência artística até a vivência, direta, do impacto das novas tecnologias. Entre um ponto e outro todos os dilemas colocados por uma situação que desaparece – a dos sistemas fechados – e de uma paisagem que se desenha no horizonte – o universo da globalização.”

A cena brasileira, se tem características próprias, não foge às tensões colocadas por uma situação de trânsito entre forças adversas. De um lado está o esgotamento do regime autoritário e os últimos momentos da ditadura militar; de outro está em pauta a transição para um estado democrático e a mobilização da sociedade civil para composição de uma perspectiva social e política. Talvez seja esta travessia dramática entre o velho e o novo que não só dá um sabor especial às produções artísticas que lhe correspondem, como também caracteriza as opções estéticas dominantes dos anos 80 e 90.

Se nestas duas décadas vai se tornar evidente a aparição de uma nova geração de autores, igualmente evidente, nas obras aparece um confronto de perspectivas que se clarifica ao longo dos últimos 15 anos. O que surge, no início dos anos 80, como arroubo libertário, alegria guerreira mobilizando contra todos os dogmas (inclusive os modernos), torna-se, ao final da década, dramaticidade exacerbada, luz melancólica que estende-se corrosivamente sobre os anos 90.

Expostos brutalmente os temas da morte e da vida, surgem imagens errantes, pluralidade de linguagens e procedimentos. Seu mote: o cosmos estremecido.

Analisa o cinema brasileiro dos anos 80, tendo em vista especialmente dois ciclos (o paulista e o gaúcho) e três temáticas abordadas durante esse período (a urbanidade, a juventude, o marginal). Afirma que, para além da diversidade existente entre as produções do período, pode-se identificar uma tendência estética comum, caracterizada como “um naturalismo de mercado com cara de cinema de autor”. Sustenta, porém, que, paralelamente a essa tendência, o cinema de invenção persistiu no Brasil durante os anos 80; e que um de seus veios mais férteis foi constituído por filmes que, através de personagens principais idiotas, se constituiram como “resistência às imagens-clichê e verdades pré-estabelecidas, veiculadas pelo poder”.

“Nascida no coração do povo, a música brasileira ressoa no mundo”
Gilda Oswaldo Cruz – Musicóloga e Pianista

“Apesar de algumas dificuldades estruturais e financeiras, o cinema brasileiro já deu grandes provas de seu engenho e originalidade. Depois de um recente período de retração, o cinema, criativo, ousado, tem tudo para dar certo. E já é uma realidade”
Lício Marcos de Oliveira – Cineasta

Algumas das músicas mais conhecidas dos anos 80
Geração Coca-Cola
Letra: Renato Russo
Música: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá

Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês nos empurraram
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez –
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola.

Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser?
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então, vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis

Que País é Este?
Letra: Renato Russo
Música: Renato Russo

Nas favelas, no senado
Sujeira prá todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que pais é este?

No Amazonas, no Araguaia, na Baixada fluminense
No Mato grosso, nas Gerais e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que país é este ?

Terceiro Mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão.

Que país é este?


Aluga-se – Raul Seixas
A solução pro nosso povo eu vou dar
Negócio bom assim ninguém nunca viu
Tá tudo pronto aqui
É só vir pegar
A solução é alugar o Brasil!

Nós não vamos pagar nada
Nós não vamos pagar nada
É tudo free, tá na hora
Agora é free, vamo embora
Dar lugar pros gringo entrar
Esse imóvel tá prá alugar

Os estrangeiros, eu sei que eles vão gostar
Tem o Atlântico, tem vista pro mar
A Amazônia é o jardim do quintal
E o dólar deles paga o nosso mingau

Charges

As notícias da década

Autoria:
Carlos Rogério Cerqueira Júnior
Fernando Malateaux Sakon
Gabriel Guimarães Pasqualini
Leonardo Ré Jorge
Victor Manuel Cirilo Romero

Esta publicação é independente, portanto não está vinculada a nenhuma empresa ou grupo corporativo.