Fatos Gerais

Uma memória diferente a cada lembrança

A memória não é uma certeza que temos dentro do nosso cérebro. Ela é transformada toda vez que tentamos lembrar de alguma coisa.

Uma pequena falha de memória agora é algo que está escrito e publicado. Você querendo ou não, não é com exatidão que a sua memória irá te dar as informações corretas.

Existem diversas explicações para isso, mas uma das mais impactantes é que, toda vez que tentamos lembrar de alguma coisa, essa lembrança sofre uma pequena transformação. É evidente que isso não é feito de propósito, mas é um acontecimento acidental que ocorre quando queremos processar alguma memória.

“A memória é o que você é agora. Não em fotos, não em gravações. Sua memória é quem você é agora”, explica Daniela Schiller da Escola de Medicina – Monte Sinai.

Cérebro

Como as memórias funcionam?

Todas as memórias são armazenadas, em suas essências, como conexões entre os neurônios do cérebro. São essas conexões que remetem várias experiências, estímulos e emoções – é por isso que, quando você ouve uma música ou sente o cheiro de alguma comida te leva a alguma lembrança vivida.
Não é comum as pessoas se esquecerem por completo das suas lembranças, mas se elas evitam querer lembrá-las ou ficam muito tempo sem pensar ou tocar nessas passagens vividas, não terá mais nenhuma conexão que seja forte o suficiente para que essas lembranças voltem assim que quiser relembrá-las.
Tudo isso ocorre como resultado de uma adaptação que o cérebro possui. É como se ele fosse uma massa e mudasse de forma toda vez que alguém quer trazer uma lembrança de volta. Cada experiência vivida tem o poder de causar uma transformação no desenho do cérebro e, toda vez que você quer trazer de volta uma lembrança, você pavimenta o caminho que a traz de volta.

Neurônios

Cante uma música várias vezes ao dia, isso fará com que as conexões que trazem lembranças com essa música se fortaleçam.

O que acontece quando se acessa uma memória?

Toda vez que você acessa uma lembrança sua, o processo que é feito para que sejam recuperadas essas memórias fortalece as conexões que levam a elas, o que faz com que a imagem se crie de uma forma melhor. Enquanto isso, você também criará novas conexões com o que está acontecendo no momento.

Depois de criada essa lembrança, entram em cena os “esquemas”, que são como plantas que se têm no cérebro, com diversas finalidades. Um exemplo: você imagina como uma pessoa é, assim como imagina uma determinada situação, é dessa forma que as pessoas em segundo plano se parecem. Dessa mesma forma, você faz analogia com lâmpadas, os seus estilos e como se parecem, assim como os panos de mesa, que se parecem.

Não tem como prestar atenção em tudo o que cerca uma pessoa à sua volta e, quando você quer se lembrar de um determinado lugar, no seu inconsciente, você estará preenchendo alguns espaços que a sua memória não conseguirá buscar.

Ao mesmo tempo, você tem e forma uma lembrança de você mesmo. E muito provável, será essa a lembrança que você terá quando fizer um exercício de puxar pela memória.

Buscando memória

Fonte: Psychology Today.

Veja também:

Qual a diferença em aprender e decorar?