Minimalismo
Tendência das artes plásticas e da música surgida no início dos anos 60 nos Estados Unidos (EUA) e que se caracteriza pela criação de obras com um mínimo de recursos.
ARTES PLÁSTICAS
O minimalismo restringe o uso das cores e da emoção. Privilegia formas geométricas simples, repetidas simetricamente, valoriza materiais industrializados. A escultura e a instalação têm primazia sobre a pintura, pois se entende que um quadro sempre será um objeto artístico convencional. Um exemplo de obra minimalista é a instalação do norte-americano Robert Morris (1931-), em que quatro cubos espelhados refletem o espaço da galeria. Também se destacam os norte-americanos Donald Judd (1928-1994), Sol Lewitt (1928-) e Ad Reinhardt (1913-1967) e o italiano Piero Manzoni (1933-1963).
Contrários ao caráter de mercadoria que viam na arte feita até então, os minimalistas produzem objetos cuja elegância simples (clean) vira sinônimo de sofisticação e atrai muitos compradores. Para manter-se fiéis a seus princípios, vários artistas reformulam o processo de trabalho e passam a criar obras conhecidas nos anos 70 como pós-minimalistas.
Pós-minimalismo
Na Itália, a tendência recebe o nome de arte povera (arte pobre); nos EUA, antiforma. Seus adeptos utilizam materiais naturais, como água e terra, ou pouco industrializados, como barbante e corda. Os expoentes são o norte-americano Richard Serra (1939-) e o italiano de origem grega Jannis Kounellis (1936-).
MÚSICA
Uma obra pode resumir-se à execução de apenas duas notas. Em geral, o mesmo som é repetido à exaustão. A música minimalista nasce com a série Composições 1960, criada por La Monte Young (1935-). O destaque é Terry Riley (1935-), autor de Em Dó.
Na década de 70, os compositores minimalistas repetem padrões ritmo-melódicos que fazem referência a músicas do passado ou de outras culturas. Steve Reich (1936-), autor de Music for 18, usa elementos do gamelão javanês. Philip Glass (1937-), de Einstein na Praia, explora o barroco.
MINIMALISMO NO BRASIL
Nas artes plásticas, o minimalismo não teve representantes importantes, mas o pós-minimalismo influencia vários artistas, José Resende (1945-) entre eles. Em algumas obras, Resende derrama parafina quente sobre um pedaço de couro cru, e o resultado é conseqüência da troca térmica entre os dois materiais: o couro se enruga e a parafina endurece. O movimento se enfraquece no início dos anos 80 com a revalorização da pintura. Na música, nos anos 70 e 80, a tendência atinge compositores jovens e outros antes ligados ao concretismo, como Gilberto Mendes (1922-).