Geografia

Desaparecimento das Estações do Ano

As estações do ano parecem estar em risco de desaparecer, tal como as conhecemos. Estávamos habituados a temperaturas perfeitamente definidas e estáveis. Só que o tempo já nos começa a pregar peças, e agora o frio já se espalha por todas as estações, tal como o calor.

É caso para perguntarmos se o tempo está ficando louco?. Apesar de muita controvérsia, não se consegue determinar ao certo quais são os motivos concretos que levam a atmosfera a um aquecimento tão gradual.

Muitos fatores são apontados como responsáveis, como o caso do buraco na camada de Ozônio, o efeito de estufa, entre outros. Mas pior do que isso, produz-se um medo generalizado de que a terra esteja sujeita, num futuro próximo, a uma diversa sucessão de catástrofes.

Os especialistas nesta matéria não conseguem, porém, determinar ao certo as razões desta mudança, defendendo que não conseguem açambarcar, em toda a sua amplitude, a tão complexa variedade de fenómenos que a compõem. Não podendo, também, afirmar-se com segurança que as alterações sejam devido a interferência do Homem, ou se por uma certa atuação cíclica do próprio clima ou, ainda, se por outro fator qualquer.

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As referências que o Homem tem acerca destas variações provêm de medições das temperaturas de há 125 anos para cá, o que é um período de tempo relativamente curto para se obter, acerca destes ciclos climáticos, alguns juízos concretos. No entanto, existem algumas correntes ideológicas para estas tão significativas mudanças. Uma é relacionada com o efeito de estufa.

A concentração de dióxido de carbono, metano, chumbo, mercúrio, entre outros nocivos gases, provoca uma “camada” que não deixa sair o calor que entra, criando, assim, um anormal aumento da temperatura. Até há pouco tempo, a existência na atmosfera de C02 era numa proporção de 270 partes por milhão (ppm). Atualmente já ultrapassa as 360 ppm. O aumento deve-se à libertação de gases dos combustíveis fósseis pela sua combustão. E se a isto associarmos uma desflorestação desenfreada, podemos tirar daí algumas conclusões ainda mais negativistas…

Se nada for feito no sentido de minimizar este problema, calcula-se que no final do milénio os níveis de C02 terão ultrapassado a marca das 540 ppm. Antevendo uma semelhante concentração, esta irá aumentar globalmente a temperatura em cerca de dois graus. Não parece muito, mas se vissem as sua consequências diria, certamente, que é uma catástrofe. O aumento da temperatura em dois graus, “só” desencadearia o seguinte: um degelo descontrolado nas calotas polares, indo aumentar as marés. Consequentemente, assistiríamos à inundação das grandes áreas do nosso planeta com catastróficos danos, como se calcula. Por todos estes fatores, é necessário o controlo de emissão de gases na atmosfera, não só por estes trágicos efeitos, mas também por outros não menos nefastos para a humanidade. Calcula-se que a permanência mínima desses gases na atmosfera é de cerca – imagine – 100 anos.

Outra hipótese não tão válida, mas nem por isso menos credível, é do aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Trata-se de um fenómeno que, segundo entendidos, se denomina de El Niño (o menino), um aquecimento anómalo das águas junto ao Norte do Peru. Rege-se por um ciclo que se compreende entre três e cinco anos e que se traduz num aumento térmico significativo das águas em cerca de quatro graus, sendo estas levadas rumo à América do Sul. Este movimento provoca tempestades tropicais, atormentando zonas que vão desde a Indonésia até ao Leste do Pacífico, criando também condições para alterar o clima em todo o globo terrestre. Acredita-se que, por este fator, já tenham perecido mais de mil pessoas, devido a enchentes. Foi notado numa época de Natal pelos pescadores sul-americanos, que repararam que as águas se encontravam mais quentes do que era usual.

Semelhante versão da origem dos problemas encontra-se no Atlântico. Desta vez sob o nome de El Niña (a menina). Os apoiantes desta tese afirmam que, devido a ventos que vêm de Leste para o Oeste, os níveis do mar elevam-se em cerca de meio metro. A chuvarada provocada pelos ventos junto à costa faz a água aquecer e sua eventual evaporação, a qual vai provocar imensa chuva nas mais variadas regiões..

Outro foco de bastante controvérsia tem sido o buraco na camada de Ozônio, aquilo que nos protege dos maléficos raios ultravioletas e outros. Os últimos dados acerca do tamanho daquele tão preocupante buraco, não são menos preocupantes. Está calculado que a área do buraco é, neste momento, da dimensão do… continente europeu. Através de investigações realizadas na Antártida pelos mais diversos cientistas e ambientalistas, a área de degelo este ano chegará a níveis nunca antes atingidos. Uma coisa é certa: o clima está aquecendo, podendo trazer com ele modificações terríveis para a humanidade. Será que, num futuro próximo, o Homem terá que definir novas estações para o ano?