Artes

O Teatro no Século XX

No século XX, o teatro tornou-se um importante meio de crítica e discussão social. Os temas abordados tinham o objetivo de escancarar as feridas da sociedade da época, e criticar a burguesia. Questões políticas também eram trabalhadas. O teatro naquele período tinha suas raízes no realismo e no naturalismo, mas não havia muito empenho em uma reprodução fidedigna de figurinos e cenários.

As inovações ocorridas no século XX trouxeram ideias e projetos estéticos que mudaram a noção do que era o teatro, influenciando os profissionais até hoje. Durante esse período muitos artistas passaram a questionar os padrões estabelecidos, como: a separação palco plateia, os temas das peças, a distribuição dos atores, a iluminação, entre outros. Nesse período muitos autores e atores surgiram, trazendo sugestões para que os padrões fossem alterados.

Teatro Impressionista

Surgiu na Alemanha entre as duas grandes guerras, sendo, basicamente, uma fusão entre o pessimismo e o cenário desolador do pós guerra com a literatura fantástica. O teatro impressionista explorava a explosão das emoções, por isso, havia peças com muito suspense e cenários expressivos.

Leia também: Contos de Fantasia

Uma grande marca do teatro impressionista é a mudança de identidade dos personagens, que podiam assumir a forma de objetos, assim, distorcendo a realidade.

atriz com mascara

Teatro Futurista

Esse movimento surgiu na Itália, em 1914, fortemente influenciado pela modernização. As obras desse movimento queriam representar o novo: como carros, aviões e trens. Assim, eles rejeitavam a ligação com o passado e valorizavam a inovação, a velocidade e o movimento das máquinas. As peças desse movimento propunham acontecimentos no palco e na plateia, além de ser centrado em cenas curtas, com muita ação e poucos diálogos.

Teatro Épico

O teatro épico surgiu logo após a primeira guerra mundial, na Alemanha, era politizado e tinha como objetivo modificar a sociedade. Suas principais características eram a comunicação direta entre público e ator, a exposição do aparato cenográfico, o posicionamento do ator como crítico da história, cisão de espaço-tempo entre as cenas, e música servindo de comentário para a ação. Esse tipo de peça desenvolve-se sem ordem cronológica, misturando presente e passado, na tentativa de manter o interesse do público e evitar a passividade dos atores, e sempre com o intuito de levar as pessoas à reflexão.

O Teatro Brasileiro no Século XX

A primeira guerra mundial nos afastou da Europa. O Brasil sempre recebeu peças e atores da França, Itália e Portugal em temporadas de grandes repercussões. Mas, diante do isolamento, foi preciso abrir um caminho por conta própria.

O início da modernização das nossas artes é sempre associado à semana de arte moderna, ocorrida em 1922. A semana é considera um momento de ruptura com a oligarquia e o início de uma maior valorização nacional. Mas o teatro foi quase totalmente esquecido nesse processo, e ficou adormecido por um tempo, e só veio a ganhar força novamente em 1943, quando evoluiu de um tipo conhecido como “comédia de costumes”, para uma dramaturgia sobre os problemas do Brasil contemporâneo.

Um dos principais nomes desse período é o imigrante polaco Zbigniew Ziembinski. A ele é atribuído a responsabilidade de ter modernizado o teatro brasileiro apresentando técnicas inovadoras, oriundas de seu grande conhecimento das vertentes artísticas modernas europeias. As duas principais inovações foram quanto ao papel do encenador e à criação de uma consciência de elenco.

A partir de 1964, com os militares no poder, o teatro voltou a perder força, já que todas as peças eram analisadas e, aquelas contrárias aos interesses do governo, foram censuradas. Yan Michalski, um destacado teatrólogo e crítico, fala sobre os problemas desse período em seu livro “O Palco Amordaçado”.

Em 1980, o teatro brasileiro voltou a crescer, com o surgimento de vários diretores que valorizaram a linguagem teatral dramática e cênica. O resultado disso foi a expansão de diversos grupos de teatro por todo o país, e a criação de várias peças, festivais, encontros, congressos e seminários que ocorrem até hoje.