Geografia

Sobre a falta de água em São Paulo em 2014

O Estado de São Paulo começou a viver uma situação crítica no abastecimento de água em 2014. A região metropolitana de São Paulo teve chuvas até 70% abaixo da média no último verão. Com esta realidade, o nível do Sistema Cantareira, principal conjunto de reservatórios que abastecem a Grande São Paulo, chegou aos menores volumes da história, obrigando o governo a usar o volume morto das represas para garantir o abastecimento de água.

A Sabesp, companhia estadual de saneamento de São Paulo, adotou algumas medidas para incentivar a população a economizar água. Uma das ações foi instituir um desconto de 30% na conta de água para quem reduzisse o consumo em 20%. O governador do Estado, Geraldo Alckimin, descartou a necessidade de racionamento de água, mas a situação é grave e o problema deve persistir nos próximos anos.

A crise do abastecimento levou à abertura de uma CPI na Câmara do Estado para descobrir se houve negligência com o problema. A escassez de água em São Paulo afeta mais de 24 milhões de pessoas em 67 municípios onde estão as nascentes dos rios Jaguari e Jacareí. Esta já é a maior seca da região dos últimos 84 anos.

Especialistas indicam que governo de São Paulo falhou e demorou para adotar ações preventivas e realizar obras importantes. Estudos mostram também que o desmatamento da Amazônia e os efeitos do El niño têm relação direta com a seca do Estado.

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Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe), o El Niño tem causado o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o que resulta em déficit pluviométrico no norte e precipitações acima do normal no sul do Brasil. No caso do sudeste, as frentes frias e as chuvas não conseguiram avançar por causa de massas de ar seco que agiam sobre a região.

Em 2015, o problema da crise da água deve piorar, e o governo terá que adotar mais medidas emergenciais. O novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, já afirmou que “a situação é preocupante e grave, e que nós temos que torcer pelo melhor, mas precisamos estar preparados para o pior”. Diante disso, a única alternativa para a população é economizar água!