História

Revoluções Liberais de 1830

“As verdadeiras mudanças da história da humanidade foram conquistadas com muita dor, sofrimento e sangue. Não existe outra forma conhecida até a presente data”. (Ricardo Bergamini).

Na França
Após três dias de lutas (27,a 29 de julho de 1830), a revolução venceu. Carlos X fugiu; e o duque Luís Filipe de Orléans foi proclamado “rei dos franceses, pela graça de Deus e pela vontade do povo”.

A revolução parisiense alentou os liberais e nacionalista da Europa e provocou uma série de rebeliões em diversos países.

No resto da Europa
A Bélgica foi a primeira a seguir o exemplo francês. Logo após estouraram sublevações na Polônia, Itália e Alemanha. Mas nestes três últimos países, os movimentos fracassaram. Somente teve êxito a revolução dos belgas.

A Polônia (retalhada no século XVIII, e repartida entre a Prússia, Áustria e Rússia) pertencia, na sua maior parte, à Rússia. Despoticamente governados pelo czar Nicolau I, os poloneses sublevaram-se. Não receberam, porém, o esperado apoio da França ou da Inglaterra, e acabaram sendo derrotados após heróica resistência. A repressão do czar foi sangrenta: centenas de chefes insurretos foram executados ou deportados para a Sibéria.

Na Itália, os maçons e carbonários provocaram revoltas nos ducados de Parma e Toscana, e nos Estados da Igreja (1831), onde estabeleceram governos constitucionais. Mas as tropas austríacas sufocaram rapidamente essas insurreições.

Na Alemanha, os liberais fizeram estourar movimentos em prol de constituições moderadas. Tiveram êxito em vários ducados e reinos (Saxônia, Hanôver, Brunswick), mas a Áustria (Metternich) e a Prússia anularam essas concessões.

Na Bélgica, o Congresso de Viena (1815) tinha anexado a Bélgica à Holanda. Havia, porém, entre belgas e holandeses, profundas diferenças de raça, língua e religião – além de sérias divergências econômicas.

Tudo isso se agravou com “a estúpida tirania” do rei holandês. Em agosto de 1830, os belgas sublevaram-se. Graças ao apoio militar da França e a aprovação da Inglaterra, a revolução triunfou. Estabeleceu-se, então uma monarquia constitucional, de regime parlamentar.

Em 1839, o rei da Holanda e os governos da Inglaterra, França, Áustria, Prússia e Rússia – reconheceram a independência da Bélgica e garantiram a sua perpétua neutralidade.

A revolução grega foi anterior às revoluções liberais de 1830. É um dos episódios da chamada “Questão do Oriente”.

Em 1821, os gregos rebelaram-se contra o despótico domínio turco. A luta, feroz de ambas as partes, durou oito anos. Todos os europeus simpatizavam com a causa helena e muitos foram os voluntários, de diversos países, que acorreram em auxílio da Grécia. Os governos, porém, mantinham-se alheios ao conflito – em virtude da doutrina “legitimista”, um dos fundamentos da política reacionária de Metternich.

No ano de 1828 a Rússia declarou guerra à Turquia. Em pouco mais de um ano, as forças russas chegaram às portas de Constantinopla. O sultão viu-se forçado a pedir a paz. A Turquia assinou o Tratado de Andrinopla (1829), no qual reconheceu a independência da Grécia.

Para finalizar cumpre apenas acrescentar que, é triste verificarmos o quanto, por ignorância e estupidez da grande maioria da elite pensante brasileira, o pensamento liberal foi deturpado no seu conceito fundamental, o qual deveria ser pregado e divulgado por todos os homens dignos.

Quem poderia ter vergonha de pregar e defender o pensamento liberal: de liberdade, igualdade, fraternidade e soberania dos povos?