Química

Manganésio

Os compostos de manganésio eram já utilizados na Antiguidade, sendo no entanto difícil afirmar quando se começaram a usar, uma vez que eram confundidos com os compostos de ferro e de outros elementos. Já Plínio, na era romana, menciona o seu emprego sob o nome de “magnes”, considerando-o uma variedade de magnetite, i.e. um mineral magnético de ferro. Mais tarde, em livros do fim do século XVII, o termo “magnesia” era usado como sinónimo de óxido de manganésio. J. H. Pott (1740) provou que a pirolusite (dióxido de manganésio) não continha ferro, como se acreditava até então, e produzia sais bastantes diferentes daqueles obtidos a partir dos óxidos de ferro.

C. W. Scheele, em 1774, distinguiu a magnetite da pirolusite, tendo no mesmo ano o seu colaborador Johann Gottlieb Gahn conseguido isolar o manganésio. O seu nome deriva do latim magnes e refere-se às propriedades magnéticas exibidas pela pirolusite.

Ocorrência
O manganésio encontra-se vastamente distribuído na crusta terrestre. Está normalmente associado a minérios de ferro, embora em concentrações relativamente pequenas.

Os principais minérios de manganésio são a pirolusite (MnO2), o psilomelano, a manganite (MnO(OH)), braunite (3Mn2O3.MnSiO3) e a ausmatite (Mn3O4), encontrando-se os principais jazigos no Brasil, Gabão, Índia, Gana, Congo e África do Sul.

Outros minérios de manganésio, embora menos importantes, são a rodocrosite (MnCO3) e a rodonite (MnSiO3).

Aplicações
A principal aplicação do manganésio puro é no fabrico de ligas de ferro-manganésio, que absorve mais de 90% da produção total. Utiliza-se também em ligas não ferrosas com alumínio e magnésio, cobre, níquel e zinco. No fabrico do aço, a presença do manganésio é essencial para o controlo do enxofre, e em aços especiais, para o controlo do carbono e do fósforo.

Conhece-se uma larga gama de compostos deste metal, mas apenas uma escassa dezena é fabricada e apresenta interesse industrial. O principal deles é o dióxido, utilizado na obtenção do metal, no fabrico de pilhas Le Clanché e como agente oxidante por exemplo na

preparação da hidroquinona a partir da anilina. O óxido manganoso é utilizado como fonte de manganésio em fertilizantes e constitui o produto intermediário mais frequente na preparação de compostos deste elemento. O sulfato manganoso utiliza-se na obtenção do metal por via electrolítica, no fabrico de tintas e vernizes, em tinturaria, em cerâmica e como fonte de manganésio em fertilizantes. O permanganato de potássio é um composto de cor púrpura, com propriedades fortemente oxidantes, que se utiliza sobretudo como desinfectante. Devido às suas propriedades, encontra ainda emprego no tratamento de águas, na purificação do ar e na preparação de certos compostos orgânicos, como por exemplo a sacarina. Utiliza-se também largamente como reagente analítico. São de referir, finalmente, alguns dos sais de ácidos orgânicos, como o naftenato, o oleato e o linoleato, usados principalmente em óleos secativos de tintas e vernizes.

Ação Biológica
É um elemento essencial à vida animal e vegetal, que entra na constituição de certas enzimas, e provavelmente condiciona a utilização de certas vitaminas (B1). Por estas razões é frequentemente adicionado a fertilizantes e a preparados vitamínicos farmacêuticos (glicerofosfato e hipofosfito manganosos). A sua deficiência provoca a diminuição de clorofila nas plantas (que adquirem um aspecto amarelado) e perturbações nos tecidos ósseos dos animais. Os compostos de manganésio, genericamente, não são considerados tóxicos. Contudo, as propriedades oxidantes de alguns permanganatos podem causar irritação da pele e a inalação dos seus vapores pode ser bastante prejudicial.

Fonte:
http://nautilus.fis.uc.pt/st2.5/scenes-p/elem/e02500.html