História

Civilização Inca | 1000 aC a 1500 dC

Conta a lenda, que certo dia, numa ilha do lago Titicaca, nos Andes, apareceu um casal de deuses, filhos do Sol.

Tinham uma tarefa a cumprir: ensinar aos homens os princípios da civilização.

O Sol dera-lhes uma varinha de ouro e no lugar onde ela afundasse, ao ser fincada, os deuses deviam fixar-se para sempre.

Partiram então Manco Capac e Mama Ocllo, o casal divino, e dia após dia percorreram as terras, batendo no chão com a varinha mágica.

Finalmente, junto à colina de Huanacauri, a varinha afundou e ali os deuses se estabeleceram.

Ensinaram os habitantes do lugar a cultivar a terra, tecer fibras, construir casas; transmitiram- lhes as leis da guerra e o culto ao Sol.

E fundaram a cidade de Cuzco.

Essa lenda conta a origem de um dos mais extraordinários impérios pré-colombianos que existiu por 500 anos ou mais, até ser destruído pelos conquistadores espanhóis em 1531.

Admite-se hoje que a história dessa antiga civilização sul americana tenha começado por volta do século XI, quando alguns grupos de índios quíchuas, vindos do norte da região que é o hoje o Peru, instalaram-se no sul, formando a cidade de Cuzco.

Pouco a pouco, estenderam seu domínio sobre outras tribos, até ocuparem todo o território, que compreende hoje o Peru, o Equador, parte da Bolívia e norte do Chile.

A palavra inca, ao contrário do que se imagina, não desgina um povo ou uma cultura, é o nome pelo qual os quíchuas chamavam seus reis ou imperadores.

E, como o poder político, administrativo e econômico ficava concentrado nas mãos do imperador e seus familiares, é natural que a palavra inca terminasse por englobar tubo o que se referia à essa poderosa civilização.

O imperador – Sapay Inca, ou seja, Único Inca, tido pelos quíchuas como filhos do Sol – era tratado, em vida, como um semideus, e, após sua morte, como um deus.

Raramente sua face era vista por alguém que não fizesse parte do círculo íntimo de sua corte.

As pessoas deviam descalçar-se em sua presença e seus alimentos eram servidos por uma das concubinas de seu vasto harém.

E tudo que ele tocasse virava tabu – ninguém mais poderia mexer. Depois de morto, o imperador tinha seu corpo embalsamado e ressecado ao sol.

Depois, era vestido com as roupas mais suntuosas e enrolado em peças de fino tecido.

Não o enterravam: feito múmia, era guardado no palácio em que vivera.

O cerimonial fúnebre tinha aspecto macabro: suas mulheres e seus servos o acompanhavam na morte.

Eram estrangulados num ritual solene. O que costumava criar problemas era a sucessão imperial.

O herdeiro ao trono não era necessariamente o filho mais velho, pois, como todos os filhos tinham o “sangue sagrado”, o direito de progenitura não contava entre os quíchuas.

Geralmente, ao sentir o envelhecimento e a aproximação da morte, o imperador escolhia, entre os filhos da coya – principal esposa, sempre sua irmã -, aquele que ocuparia seu lugar.

Para evitar perturbação política, a notícia do falecimento do imperador só era divulgada ao povo quando os filhos e parentes já houvessem escolhido o sucessor.

Os incas construíram uma excelente rede de estradas: cerca de 60 mil quilômetros.

Uma delas, no litoral, com a notável extensão de 4.000 quilômetros e era suficientemente larga para permitir a passagem de 8 cavaleiros, lado a lado.

Sobre muitos rios, fizeram pontes suspensas por três cabos, capazes de suportar grandes pesos. O sistema de comunicações era muito bom e todas as cidades possuíam um quadro de mensageiros que levavam as notícias importantes com uma rapidez impressionante: em cinco dias, uma informação atravessava cerca de 2 mil quilômetros – Quito a Cuzco.

Fonte:
http://br.geocities.com/culturauniversalonline/acontecimentos_2.htm