Biologia

Bioluminescência

Apesar de ser uma especialidade presente em alguns animais de habitat terrestre, o fenômeno da bioluminescência é bem mais largamente difundido entre os representantes marinhos. Em águas rasas os dinoflagelados, as águas-vivas, os ctenóforos, os crustáceos, os ofiúros incluem a maioria das espécies bioluminescêntes. Já na região mesopelágica do mar aberto (200 a 1.000m), 70 a 80% das águas vivas, camarões e lulas são bioluminescêntes.

A luz bioluminescênte é diferente daquela a qual os olhos humanos estão acostumados a perceber diariamente. A luz que normalmente vemos é “quente”, parte de bulbos incandescentes através da energia elétrica ou a partir da luz do sol com a liberação de certos gases em alta temperatura. A bioluminescência é um tipo de luz “fria” que vem a ser liberada ou produzida através das células, algumas fotoreceptoras, no interior do corpo de alguns animais marinhos. A bioluminescência envolve a oxidação da luciferina que envolve uma molécula de oxigênio e uma enzima chamada lucifererase. A molécula do produto luminescênte fica excitada o suficiente para emitir um fóton. Esta capacidade evoluiu independente nos diversos grupos taxonômicos que possuem esta habilidade, a luciferina e a luciferase são diferenciadas entre as espécies. Há também variação no trajeto das reações químicas.

A fonte luminosa dos animais luminescêntes pode originar de bactérias simbióticas (como nos taliáceos e algumas lulas), da secreção celular misturada extracelularmente (é o caso dos crustáceos ostrácodos) ou de células especializadas denominadas fotócitos, onde é produzida a luz. Estes fotócitos podem estar distribuídos em diversas partes do corpo ou localizadas em um órgão conhecido como fotóforo. Este órgão é muito complexo sendo composto por estruturas acessórias, como abdutores, lentes e refletores. Algumas lulas e camarões possuem orgãos luminosos glandulares em que a luz pode ser produzida por bactéria simbióticas ou secrecção glandular.

A liberação dessa luminosidade possui algumas características próprias de cada animal e varia de espécie para espécie. A luz produzida pode ser emitida como flash ou na forma de um brilho contínuo. A hipótese mais difundida para explicar a função da bioluminescência é a de evitar predadores, acredita-se que a luz pode deixar o predadror assustado ou pode ser utilizada pela presa como uma camuflagem (nuvem luminescênte) ou até mesmo a invisibilidade por meio da técnica da contra-iluminação que é realizado quando a presa esta acima de um predador de natação mais profunda. A luz que vem da superfície contrasta com a luz da presa fanzedo este ficar pouco visivel. Alguns produzem luz como forma de atrair potenciais presas. A comunicação intra-específica é outra função para a bioluminescência, os sinais luminosos podem ser úteis para atrair a atenção de um indivíduo de sexo oposto ou na formação de agregados reprodutivos.

A função da produção de luz foi bem compreendida para poucos animais e ainda é pouco compreendida no zooplâncton gelatinoso.


MOORE, J. Uma introdução aos invertebrados. São Paulo: Santos Livraria, 2003. 356p.

MOURA, Andrea Luiza ,Instrutora PDIC, Os animais marinhos e a BIOLUMINESCÊNCIA. Acesso em: 17 jan. 2005.