História

Anarquismo no Brasil

O anarquismo é uma doutrina social e política, que se manifestou em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Este pensamento ganhou força entre os séculos XVII e XVIII, no continente europeu.

Aqui no Brasil, as ideias do anarquismo só chegaram por volta do ano de 1850, quando os imigrantes europeus começaram a vir para o país, com o objetivo de trabalhar nas fazendas de café.

O conceito do anarquismo está baseado na instituição de uma sociedade onde não exista autoridade, ou seja, onde não haja a figura de um líder político com poder soberano. Além disso, o anarquismo prega a autonomia do povo.

O anarquismo na história brasileira

O Brasil conheceu o anarquismo de perto durante o século XIX. As ideias anarquistas influenciaram algumas revoltas no período, como a Insurreição Praieira, que aconteceu em 1848.

O modelo social e político também foi implantado em algumas colônias agrícolas experimentais. Um exemplo foi a Colônia Cecília, que durou de 1890 a 1894. Essa colônia era comandada por italianos imigrantes, estabelecidos na cidade de Palmeira, no Paraná, considerada historicamente a principal colônia anarquista do Brasil.

Outra influência do anarquismo foram os movimentos de greve e de resistência dos trabalhadores. Um fato importante foi a criação do “vetor social do anarquismo”, a partir de 1890. Essa fase foi marcada por um crescimento da inserção social do anarquismo, principalmente entre os representantes do meio sindical.

O anarquismo no Brasil gerou mobilizações populares, lutas de classes e muitas reivindicações. Neste contexto, a base anarquista estimulou a luta dos trabalhadores por salários melhores, dos sem-teto por moradia e terra, e dos sindicatos por mais inserção social.

A cultura do anarquismo começou a se desenvolver no Brasil no mesmo período em que as cidades e áreas urbanas começaram a crescer. Este foi exatamente o momento histórico do crescimento industrial e do aumento dos operários nas cidades brasileiras.

Com base nas ideias anarquistas, os trabalhadores passaram a reclamar da exploração dos operários, das longas jornadas de trabalho, das condições insalubres nas fábricas e dos baixos salários. Essa luta de classes passou a ser mais intensa durante a greve dos cocheiros, em 1900, e durante as diversas greves, em 1903.

Como as teorias anarquistas chegaram ao Brasil?

Além dos imigrantes europeus, que trouxeram algumas ideias anarquistas, os brasileiros conheceram a doutrina por meio de livros sindicalistas produzidos na França. A imprensa da época também divulgou bastante as ideias da massa operária e dos anarco-sindicalistas.

Durante a República Velha, a doutrina anarquista continuou forte, sendo promovida por meio de jornais, livros, panfletos e revistas. O movimento lutava por uma organização sindical autônoma, pelo fim da Igreja e pela extinção do Estado e da propriedade privada.

Em 1919, foi criado no Brasil o Partido Comunista Anarquista, que durou até o ano de 1922.