Pedagogia

Analfabetismo

O analfabetismo, explicado de forma simplista, se refere à pessoa que não sabe ler. No entanto, ele envolve muitos fatores, causas e consequências. O analfabetismo é um problema não só para a pessoa que não sabe ler, mas para toda a sociedade.

Muitos países do mundo estão na luta pela erradicação do analfabetismo que é maior nos países subdesenvolvidos, que costumam investir menos nos processos educacionais.

Calcula-se que no mundo, apesar dos esforços em dar um melhor acesso à educação formal, existam cerca de 750 milhões de pessoas jovens e adultas que não são capazes de ler ou escrever.

O que é – Conceito

Artigos relacionados

O analfabetismo pode ser definido como a incapacidade de ler, decifrar as letras e entender o conteúdo de um texto. No caso do analfabetismo funcional, a capacidade de leitura e escrita existe, no entanto, a pessoa é incapaz de compreender o que leu.

Alfabetização no Brasil hoje

O Brasil é um país com altos índices de analfabetismo, há bastante tempo. Quando se fala na população com mais de 15 anos, este número é alarmante. As causas multifatoriais, vão desde um modelo educacional arcaico, o ingresso precoce ao mercado de trabalho informal e a desestruturação familiar, à falta de políticas públicas que façam as crianças não só ingressarem na escola, mas permanecerem nela e conseguirem aprender.

É comum a ideia de que as pessoas de classes mais baixas não tem tanta capacidade de aprendizado ou pior, não tem necessidade de aprender a ler devido às atuações como mão-de-obra barata, em funções que só exigem força física e não intelectual.

Um pesquisa publicada pelo Ministério da Educação no Brasil – MEC, os analfabetos somam cerca de 16 milhões de pessoas em nosso país. Estes não tem condições de ler ou escrever um recado simples.

Quando se fala nos que chegaram a entrar na escola mas que não concluíram nem o 4º ano, são cerca de 33 milhões de pessoas. Destas, metade estão concentradas nas regiões norte e nordeste.

Quando se fala em analfabetismo absoluto, o Brasil tem quase 7% de pessoas que não sabem nem escrever o próprio nome. Outro dado alarmante é que a raça é um fator preponderante no índice de analfabetismo. Quando se fala em pessoas brancas analfabetas com mais de 15 anos, eram menos de 4%. Já as negras e pardas nas mesmas condições somavam 91%. Na faixa etária de maiores de 60 anos, os brancos analfabetos eram 10,3% e os negros e pardos, 27,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Alfabetização no mundo

Os jovens e adultos analfabetos no mundo somam cerca de 750 milhões de pessoas, mesmo com as tentativas de governos, políticas públicas de acesso à escola e melhoria da qualidade educacional.

As estimativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, a questão do analfabetismo vai perdurar por um longo período ainda. Somente em 2018, 260 milhões de menores ainda não haviam sido matriculados na rede formal de ensino em todo o mundo.

O analfabetismo no mundo é considerado um grave problema e em muitos países, faz parte da pasta prioritária de resoluções, desde que, em 1990, na Tailândia, foi realizada da Conferência Mundial da Educação para Todos. Nesta Conferência, a alfabetização foi considerada a chave da resolução de demandas sociais urgentes.

A educação, por ser parte fundamental no desenvolvimento da nação, já que através dela se combate à pobreza, reduz as desigualdades, aumentam os índices de saúde e de bem estar, é parte fundamental. Tanto que a Organização das Nações Unidas – ONU, a incluiu na lista dos Oito Objetivos do Milênio.

Cronologia

Conforme demonstrado no quadro abaixo, as alíquotas de recursos destinadas ao processo educacional brasileiro no século XX evoluíram, mas sempre foram esparsas.

Ano e disposição legal União Estados e Distrito Federal Municípios
Constituição Federal de 1934 10% 20% 10%
Constituição Federal de 1937 0 0 0
Constituição Federal de 1946 10% 20% 20%
1961- Lei de Diretrizes e Bases 4.024 12% 20% 20%
Constituição Federal de 1967 0 0 0
1969 EC – Ementa Constitucional nº 1 0 0 20%
1971- LEI 5.592 0 0 20%
1983 E C –Ementa Constitucional 24 13% 25% 25%
Constituição Federal de 1988 18% 25% 25%
LDB- LEI 9.394 Lei de Diretrizes e Bases da Educação 18% 25% 25%

No quadro abaixo se encontram os programas de tentativa de erradicação ao analfabetismo no Brasil, desde a década de 1960.

Ano do Programa Programa ou Projeto
1960 Movimento de Cultura Popular teve origem em maio de 1960
1961 MEB Movimento de educação e Base
1967 MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização
1985 Fundação Educar
1997 PAS Programa Alfabetização Solidária
1999 PCN Parâmetros curriculares Nacionais
2001 PROFA Programa de Formação de Professores
2003 PBA Programa Brasil Alfabetizado
2008 PRÓ- LETRAMENTO
2009 EJA Educação de Jovens e Adultos
2012 PNAIC Pacto Nacional pela Alfabetização na idade certa

Analfabetização funcional

O analfabetismo funcional pode ser conceituado como a incapacidade de entendimento e compreensão de um texto que acabou de ser lido. Ou seja, são pessoas que sabem ler e escrever, sabem decifrar as letras e formar palavras, mas não significa que entendem o que está escrito. Falta a elas a capacidade de interpretar as palavras e dar ao seu conjunto um sentido.

sem saber ler, quadro vazio

Solução do alfabetismo

A solução do analfabetismo não é uma tarefa de complexa realização. Os quadros expostos com os programas de alíquotas destinadas deixam evidentes o pouco investimento financeiro e institucional na pauta.

É preciso investir não só em vagas nas instituições de ensino, mas na erradicação da pobreza, para que tantos não tenham que abandonar a escola para trabalhar ou a frequentarem única e exclusivamente para se alimentarem.

O investimento deve ser de toda a sociedade, em especial de governos, em todas as suas esferas.

Para tal, é necessária uma pesquisa profunda sobre as causas da evasão escolar, da perpetuação da pobreza e seus determinantes na vida de todos.

Vantagens da alfabetização

As vantagens da alfabetização são muitas: além da capacidade básica da leitura e da interpretação de textos, o interesse pela educação formal, a melhoria de colocação no mercado de trabalho, um melhor acesso à cultura e informação, através da leitura de livros, revistas e jornais, o aprendizado de novas palavras e enriquecimento do vocabulário, dentre outras.