História

Coronelismo e voto de Cabresto

Nos dias de hoje, ainda nos deparamos com casos de compras de votos nas eleições no Brasil. A população insiste em ceder seu direito de escolher seus representantes em troca de dinheiro, comida, dentaduras e outras vantagens indevidas. Mas, no passado, a situação já foi bem mais alarmante!

Durante o início do período republicano no Brasil, entre o final do século XIX e começo do século XX, o país viveu um sistema político chamado de coronelismo. Neste momento histórico do Brasil, o poder político ficava concentrado nas mãos dos coronéis, os ricos fazendeiros de São Paulo e Minas Gerais.

Dentro deste sistema político, uma das principais medidas era o Voto de Cabresto, que consistia em obrigar as pessoas a votarem em determinado candidato. Isso acontecia frequentemente porque durante a República Velha o sistema eleitoral brasileiro ainda era muito frágil e facilmente manipulado.

Os coronéis compravam votos, oferecendo pares de sapatos, alimentos, óculos, entre outros benefícios. No dia da votação, os coronéis também enviavam seus capangas para intimidarem os eleitores. Os currais eleitorais eram rígidos e fechados e a fraude eleitoral era constante. Até pessoas com documentos de falecidos conseguiam votar.

No início do século XX, surgiu a Política do Café com Leite, que revezava o poder político entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. Os acordos faziam com que os candidatos destas regiões dominassem o poder. Por isso, muitos presidentes do início da República foram paulistas e mineiros.

O momento político era tomado por acordos e pela falta de oposição ao governo central. Essa política foi criada pelo presidente Campos Sales (1898-1902).

Saiba mais sobre o voto de cabresto

voto de Cabresto

O voto de cabresto era uma prática eleitoral impositiva. Historicamente, este termo ficou marcado como a representação mais simbólica de uma democracia amordaçada.

Este tipo de intimidação e a compra de votos eram praticados principalmente no interior do país, em regiões carentes, com o intuito de resguardar os interesses da elite agrária.

O fim oficial do coronelismo só aconteceu em 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a presidência da República. No entanto, até hoje é possível encontrar práticas de coronelismo e compra de votos em algumas regiões do Brasil, principalmente em áreas afastadas do nordeste e norte do país. Esta é uma situação triste, antidemocrática e fraudulenta, que precisa ser combatida!